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Música
Os Ferdinandos estão chegando
Em entrevista ao Folhateen, o guitarrista do Franz Ferdinand, Nick McCarthy, diz que não tem medo do pop e que fãs brasileiros são os melhores
LETICIA DE CASTRO
DA REPORTAGEM LOCAL
Em fevereiro, ainda
semidesconhecidos
do grande público
brasileiro, eles tocaram para uma platéia ansiosa pelo show do U2.
Seis meses depois, a coisa mudou de figura. O Franz Ferdinand volta ao Brasil em setembro, desta vez como atração
principal de um festival em São
Paulo no dia 16, que pretende
reunir 10.000 pessoas, e mais
um show no Rio (veja quadros
nas próximas páginas).
A apresentação em SP será a
última da turnê mundial do segundo disco da banda e encerra
um ano especial na carreira do
Franz, em que o grupo marcou
presença nos principais festivais de rock do mundo. Nesta
semana, a banda fecha noites
nos dois mais importantes festivais britânicos, Leeds e Reading. "A gente achava que isso
estava muito distante de acontecer. Nem consigo acreditar",
exclamou o guitarrista Nick
McCarthy, por telefone, ao Folhateen. E a popularidade não
os assusta. "Não temos medo
do pop; se isso é ser mainstream, nós somos". Confira a
entrevista exclusiva:
FOLHA - O show de SP vai ser o último da turnê. Vocês planejam algo
especial para essa apresentação?
NICK McCARTHY - Faremos uma
grande festa no palco ao final
do show. Temos coisas programadas, mas, essencialmente,
somos nós quatro no palco. Se a
platéia for boa, somos bons.
FOLHA - Vocês pretendem tocar
músicas novas?
McCARTHY - Gravamos algumas
músicas em São Paulo, quando
tocamos aí em fevereiro, mas
acho que não vamos tocar essas
canções porque não tivemos
tempo para ensaiar. Mas elas
podem estar no próximo disco.
FOLHA - O que vocês acharam do
público brasileiro?
McCARTHY - O público brasileiro é o melhor do mundo, depois
de Glasgow, é claro. Foram absolutamente inacreditáveis os
shows que fizemos aí. Teve um
momento em que as pessoas
gritavam três vezes mais alto
do que nós estávamos tocando;
isso não é normal. É sempre
surpreendente chegar a um
país e perceber que as pessoas
cantam suas músicas. Como
nós abrimos os shows do U2,
achamos que o público nem ia
ligar para nós.
FOLHA - Você acha que o Franz deixou de ser uma banda indie e virou
mainstream?
McCARTHY - Não vejo dessa maneira. Nós sempre nos vimos
como uma banda pop. Não temos problema em ser ou não
independentes. Viemos de um
background independente e
acho que sempre seremos independentes em um certo ponto,
mas não temos medo do pop. Se
isso é mainstream, então, sim,
somos mainstream.
FOLHA - Vocês têm um grande público adolescente. Houve um abaixo-assinado pedindo para a produção do festival mudar a censura do
show em São Paulo de 18 para 16
anos. Você sabia disso? O que acha?
McCARTHY - Não sabia; é engraçado. Acho que, quando você
tem essa idade, você é extremamente animado. Nós já fizemos
alguns shows para crianças de 8
a 11 anos, em Glasgow. Foi incrível. Se eles gostam da sua
música, você tem certeza de
que está fazendo a coisa certa,
porque eles não lêem jornais,
não ligam para o que é "cool".
Eles só gostam porque é divertido e isso é o mais importante.
Aos 16, você já está mais consciente das coisas, mas ainda
tem aquela excitação toda.
FOLHA - Além dos shows, o que vocês pretendem fazer no Brasil?
McCARTHY - Vamos tirar alguns
meses de férias até o Natal.
Queremos ficar no Brasil por
um tempo, alugar uma casa
num lugar perto de São Paulo,
talvez numa praia. Eu gostaria
de pegar um barco e viajar pela
Amazônia também.
FOLHA - E quando vocês começam
a produzir o disco novo?
McCARTHY - O disco vai ser feito
no ano que vem. Vamos começar a escrever em janeiro ou fevereiro e quando as músicas estiverem prontas vamos ao estúdio gravar. Queremos fazer as
coisas sem muita pressa.
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