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música
Elis Brasil
Lançamentos de CDs e DVDs lembram os 25 anos da morte
no auge da maior cantora que o país já teve
BRUNO YUTAKA SAITO
DA REPORTAGEM LOCAL
Ela é quente, ela é sexy, ela
está morta. Na última sexta-feira, fez 25 anos que o Brasil perdeu Elis Regina, por complicações decorrentes da ingestão de
drogas e álcool. Mas nem parece. Basta ligar a TV, passar na
loja de discos mais próxima, ligar o rádio, entrar na internet:
"a mãe da Maria Rita" está em
todos os lugares. O Brasil parou
de vez no tempo?
Há quem não entenda por
que tanto oba-oba em torno de
Elis. Como ela consegue agradar a tanta gente diferente, desde a sua mãe, até a sua avó e a
Björk? Dizer que ainda somos
os mesmos e vivemos como
nossos pais e que nossos ídolos
ainda são os mesmos não basta.
Uma boa chance para entender por que ela continua sendo
a maior cantora brasileira é ouvir/assistir aos lançamentos
que andam pipocando por aí.
Os mais recentes são uma caixa
com três DVDs e as reedições
restauradas, remasterizadas
etc., com bônus, de "Elis"
(1980, seu último disco), e "Falso Brilhante" (1976), registro
de show histórico.
Com uma voz potente e elástica, ela ia do agudo ao grave
com a mesma intensidade. Não
era mera intérprete (revelou
diversos compositores, como
Milton Nascimento e Ivan
Lins): agarrava cada música como se sua vida dependesse dela.
O CD de "Falso Brilhante" avisa: "Todas as vozes de Elis foram gravadas numa única tomada (...) A performance é
real". Ela é referência ainda não
superada na MPB, um mito
muitas vezes irritante.
Em vida, irritou ainda muita
gente. Brigou com a jovem
guarda, reclamou do esquema
predador das gravadoras, alfinetou a ditadura na medida do
possível. Ela podia. Mas, no começo dos anos 60, a gaúcha era
apenas uma cópia de Celly
Campello, a vovó do rock BR.
Só em 1965, com os festivais e
o programa de TV "O Fino da
Bossa", ao lado de Jair Rodrigues, é que Elis mostrou a que
veio, em uma rota às vezes errante que passou pelo samba,
pelo soul, pela música romântica, latinidades etc. Elis morreu
no auge, aos 36. Por isso nunca
ficará decadente. Isso te irrita?
ELIS
Box com 3 DVDs
("Na Batucada da Vida",
"Doce de Pimenta" e
"Falso Brilhante")
sem site
ELIS
Álbum de 1980
Ouça: "Se Eu Quiser
Falar com Deus"
FALSO BRILHANTE
Show de 1976
Ouça: "Como Nossos
Pais"
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