Até hoje ainda é um pouco assustador ver uma forma nova de mídia nascer. Algo que levava um intervalo de décadas para acontecer, como a eletricidade, o rádio e a TV, hoje acontece com frequência na web (que acaba sendo um grande agregador de mídias).
Uma dessas mídias nasceu em novembro do ano passado, mas começou a decolar só agora. É uma forma de comunicação humana totalmente nova e estranha, vale dizer. Ela acontece por meio do site chamado Chat Roulette. Como o nome indica, trata-se de um serviço de bate-papo que junta desconhecidos para falar entre si. Só que com um detalhe que não existia antes: em vídeo.
Ao entrar no Chat Roulette, nos deparamos com um botão escrito "play". Ao clicar nele, o site pede autorização para enviar imagens da sua webcam. Ao aceitar, ele imediatamente nos coloca em frente a um estranho, situado em qualquer parte do mundo.
A partir daí, cabe decidir entre interagir com ele ou clicar no botão novamente, o que faz com que outro estranho apareça no lugar do anterior. Detalhe: não há como voltar. Ao passar de um estranho para outro, provavelmente nunca mais será possível encontrar aquela pessoa que apareceu anteriormente na tela.
É uma das experiências mais bizarras que só a internet consegue produzir. Primeiro porque, para o bem ou para o mal, temos uma amostra da humanidade conectada em rede através do site. Há desde garotas curiosas (minoria absoluta) a homens sozinhos (maioria), transmitindo uma ideia contemporânea de solidão que nem um pintor como Edward Hopper ousaria retratar hoje.
É importante mencionar que não é um site para menores de idade. Há muita gente perdendo a linha, de um jeito grotesco. Além disso, o site funciona como um verdadeiro império das primeiras impressões. Somos julgados em alguns centésimos de segundo pelo que aparentamos, recebendo comentários bastante diretos ou por meio da pura e simples desconexão.
Não se sabe quem são os criadores do site. Há quem diga que são holandeses, ligados a sites de cassino. Em todo caso, merecem os parabéns por terem revelado um pouco mais da condição humana na rede.


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