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música
Liga da justiça
Principais atrações do Skol Beats 2008 misturam música eletrônica com outros gêneros, no próximo sábado
THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL
Misturar é o verbo
corrente na dance music. A nona
edição do Skol
Beats acontece
no próximo sábado (dia 27), a
partir das 18h (o evento se estende até as 8h de domingo).
Famoso por ser um festival
"de música eletrônica", o Skol
Beats versão 2008 privilegiará
atrações que utilizam a música
eletrônica apenas como um
ponto de partida para percorrer vários gêneros.
O nome mais conhecido, e
que deve chamar o maior número de gente, é a dupla francesa Justice, já descrita por muita
gente como "disco heavy metal", devido à agressividade roqueira que coloca em suas faixas de batidas dançantes.
Mas, paradoxalmente, em recente entrevista à Folha, a dupla não vê com bons olhos essa
comparação com o rock: "Somos mais influenciados pela
disco music do que pelo rock.
Fico surpreso quando nos
comparam com bandas de
rock. O que fazemos é disco
music moderna, distorcida",
disse Xavier de Rosnay, 25,
uma das metades do duo -a
outra é Gaspard Auge, 29.
O holandês Armin Van Buuren é outro que está atento ao
que acontece em outros estilos.
Buuren ficou famoso como um
dos nomões do trance (considerado o estilo mais melódico e
comercial da dance music),
mas passou a colocar em seus
sets faixas de electro, house e
minimal. Talvez não tivesse sido escolhido o DJ mais popular
do mundo (em eleição da britânica "DJ Mag") se tivesse ficado preso ao trance.
"O sentimento [do trance]
continua o mesmo, com momentos de euforia", conta Buuren. "Mas hoje coloco nos sets
baixo de electro, percussão de
minimal. A verdade é que música hoje tem a ver com o que as
pessoas sentem na pista de
dança. DJs de trance como eu
podem tocar house, minimal,
electro. Mas DJs de minimal
tocam apenas minimal", alfineta o holandês.
Justice (que toca entre as
23h de sábado e a 0h30 de domingo) e Armin van Buuren
(das 4h30 às 7h) se apresentam
no palco principal do evento
-o festival terá ainda duas tendas, posicionadas no Sambódromo do Anhembi.
Também no palco principal,
a dupla alemã Digitalism pode
ser ouvida tanto em pistas de
rock quanto em pistas de electro com "Jupiter Room" e "Pogo", faixas baseadas em peso e
distorções.
O rock empresta seu formato
para o grupo australiano Pendulum. A banda apareceu há
cerca de quatro anos e foi reverenciada por jogar ar fresco no
drum'n'bass -eles usavam batidas bem pesadas, graves altos
e muitos sintetizadores.
Mas cansaram-se do padrão
eletrônico e resolveram mudar
para um formato roqueiro: nos
shows, são acompanhados por
baterista, guitarrista e baixista.
Quando lançaram o segundo
disco, "In Silico", em maio deste ano, a recepção foi diversa:
enquanto os fãs antigos reclamaram da mudança, o grupo
amealhou novos admiradores
com músicas como "Propane
Nightmares", que chegou ao
nono lugar da parada britânica.
"Sabíamos que isso aconteceria, que aquelas pessoas que
nos ligavam ao drum'n'bass
não gostariam do novo disco",
afirma Gareth McGrillen. "Mas
não fazemos música para os outros ficarem satisfeitos. Fazemos o que gostamos e torcemos
para algumas pessoas entenderem isso. Nossa música hoje está muito popular, mas não foi
nada planejado."
Ele justifica a mudança: "Começamos fazendo música eletrônica. Mas nós nos identificamos com canções agressivas,
enérgicas. Por isso, adicionamos guitarras, baixo e bateria.
Para alcançarmos essa energia
e essa agressão".
Gui Boratto e banda
O palco principal do Skol
Beats será encerrado (das 7h às
8h) pelo paulistano Gui Boratto. Assim como o Pendulum,
Boratto adicionou músicos ao
seu show. O produtor do disco
"Chromophobia" (2007) será
acompanhado no palco por
dois tecladistas e um baterista.
Outro bom nome do festival é
o americano de origem iraniana Ali Shirazinia, que se apresenta como Dubfire. Ele faz
parte da dupla Deep Dish, de
house. Mas, sozinho, seus sets
costumam passear também pelo tecno e pelo minimal.
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