São Paulo, segunda-feira, 22 de outubro de 2007

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Música

Assassinos à solta

Banda The Killers encabeça festival, no próximo domingo, em São Paulo; leia entrevista com o guitarrista Dave Keuning

LEANDRO FORTINO
DA REPORTAGEM LOCAL

Tinha tudo para dar errado. Banda formada em Las Vegas, cidade sem nenhuma tradição roqueira. Integrantes vestidos de terninhos no empoeirado estilo retrô e liderados pelo tecladista. Sonoridade que tenta levantar o exausto e sombrio pós-punk inglês dos anos 80. E o que poderia ser mais uma tentativa de uma banda americana soar inglesa virou uma das sensações do rock atualmente.
Com show marcado para domingo, em São Paulo, o quarteto The Killers, dono do hit "Somebody Told Me", vem pela primeira vez ao Brasil apresentar ao vivo o repertório de seus dois discos, "Hot Fuss", de 2004, e "Sam's Town", de 2006.
O grupo também trará uma música nova, "Tranquilize", gravada em parceria com Lou Reed, ex-líder da banda dos anos 60 Velvet Underground. A faixa estará na coletânea "Sawdust", com lados B de singles.
Antes embarcar para os shows no Brasil (os Killers também tocam no Rio e em Curitiba), o guitarrista Dave Keuning, que fundou o grupo com o vocalista e tecladista Brandon Flowers, conversou por telefone com o Folhateen e concedeu a seguinte entrevista.



FOLHA - O que vocês estão fazendo em Nova York?
DAVE KEUNING
- Acabamos de filmar o vídeo de "Tranquilize", com Lou Reed. Vai ficar ótimo. Vídeos não precisam de história, só precisam parecer legais. E esse ficou bem psicodélico.

FOLHA - "Tranquilize" soa mais pesada do que suas outras músicas. Seria esse um novo rumo da banda?
DAVE
- Não acho que seja nada novo. É um sabor dos Killers que as pessoas ainda não conheciam. A gente gosta de se renovar, de mostrar que também tocamos estilos diferentes.

FOLHA - A letra de "Tranquilize" é sobre política?
DAVE
- Fui a última pessoa a entender sobre o que a letra fala. Sou do tipo que escreve a melodia sem me importar isso. Só fui prestar atenção nela um ano depois. Acho que foi um jeito de falar sobre o mundo hoje.

FOLHA - As pessoas têm uma imagem formada de Las Vegas: o jogo, as luzes, o sexo... Como é morar lá?
DAVE
- Não participo desse lado da cidade. Não aposto em jogos, pois você perde e não tem graça. Se você não é esperto, não pode morar lá. Prefiro ficar em casa, bem na minha.

FOLHA - Sai no mês que vem a coletânea "Sawdust". Por que lançar a faixa nova com músicas velhas?
DAVE
- Tínhamos muito material de lado B. E esse material não entrou nos nossos discos por falta de espaço, e não por ser algo de que nos envergonhássemos. São músicas ótimas que não estavam disponíveis nem para comprar on-line. E incluímos "Tranquilize" para oferecer algo novo aos fãs.

FOLHA - O som dos Killers é claramente influenciado pelo pós-punk inglês dos anos 80. Trabalhar com Flood e Alan Moulder, produtores de muitos discos desses artistas, foi um jeito de soar mais britânico ainda?
DAVE
- Não houve intenção de soarmos ingleses em "Sam's Town". Somente no primeiro disco. Adoramos Smiths, Cure, Beatles, Blur, Oasis... Você é o que come, e nosso som veio naturalmente das bandas que ouvimos e das quais gostamos.

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