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SEXO & SAÚDE
JAIRO BOUER - jbouer@uol.com.br
Brutalidade não pode ser reação à cantada
INFELIZMENTE, EM menos
de um mês tenho que voltar
ao tema da violência gratuita, face aos incidentes que
aconteceram em plena avenida Paulista, quando um
grupo de quatro menores e
um garoto de 19, todos de
classe média e teoricamente "educados", agrediram
outros jovens.
A coluna está sendo escrita um dia após os agressores terem sido liberados
pelas autoridades responsáveis. Há indícios (segundo a própria polícia) de que
a motivação para alguns
dos ataques no dia 14 tenha
sido a homofobia.
A defesa alega que não
houve homofobia, mas uma
simples briga de jovens, talvez motivada por um suposto flerte de um dos garotos
que foi agredido. Os agredidos e outras testemunhas
negam que houve qualquer
tipo de contato anterior e
dizem que os agressores já
chegaram batendo.
Vamos supor que houve
uma briga que nasceu de
uma cantada. Desde quando a forma de se reagir a
qualquer tipo de cantada,
vindo ela de homens ou de
mulheres, é uma agressão
brutal? Cinco garotos atacando um jovem sozinho é
uma simples briga? Na melhor das hipóteses, é pura
covardia. Na pior, é um ato
preconceituoso e bárbaro.
Não dá para admitir tal
comportamento como sendo natural, um rito de passagem, agressividade normal
de meninos, necessidade de
afirmação frente ao grupo e
falta de limites colocados
pelos pais, entre outras alegações. É uma selvageria
inadmissível e, para isso,
existe lei, julgamento e eventuais responsabilizações.
Tendo a achar que a melhor maneira de aprender é
trabalhar aquilo que é sensível. Assim, que tal colocar
alguém que não sabe lidar
com sua própria agressividade em um trabalho comunitário com vítimas de violência contra a mulher, de
preconceito e de homofobia? Talvez, no contato com
aquilo que incomoda, a gente cresça e aprenda a ser um
adulto melhor.
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