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MELHORES 2003
Rock
Divulgação
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Integrantes do Radiohead |
LÚCIO RIBEIRO
COLUNISTA DA FOLHA
Este 2003 foi o ano em que ninguém entendeu nada nos balcões das lojas de
discos brasileiras. Tinha clubber procurando o CD do White Stripes, roqueiro
atrás de discos do Rapture.
O ano da mistureba geral e irrestrita
começou pop e esquisito. Dois pilares da
música jovem britânica foram assunto
nos primeiros meses do ano. O Blur chegou do Marrocos com um disco misterioso de influências árabe. Era o ótimo
"Think Tank", que produziu os hits "Out
of Time" e "Crazy Beat".
O Radiohead continuou fazendo disco
para roqueiros de outro planeta. Quando
o sexto álbum do grupo, "Hail to the
Thief", foi lançado, já era um dos discos
mais ouvidos no mundo (neste), graças a
um megavazamento da internet. Mesmo
assim, o CD vendeu bastante.
Outro disco que nesse ano circulou
bem pelas caixas registradoras das lojas
foi o do Coldplay. Não este "Live 2003",
disco ao vivo recém-lançado. Graças ao
enorme cartaz alcançado durante a turnê
americana, aparições de destaque na
MTV e, principalmente, ao fuzuê dos ingressos causado pelo show da banda no
Brasil, o Coldplay foi por meses a maior
banda de rock do mundo.
"A Rush of Blood to the Head", editado
em 2002, talvez tenha sido o disco internacional que mais tenha vendido em
2003.
A cena pop ainda discute se o excelente
segundo álbum do grupo nova-iorquino
Strokes, o "Room on Fire", decepcionou
muito ou agradou demais. Não há meio-termo para a banda indie mais badalada
dos últimos tempos.
Já o disco do White Stripes, "Elephant", parece que foi unanimidade. É o
número um na lista dos melhores de
2003 em (quase) todas as publicações
pop do planeta, muito por causa do megahit "Seven Nation Army". A música
sacudiu as pistas de rock quase com o
mesmo furor que foi mixada nas picapes
dos DJs de eletrônica. Só teve como "adversária" à altura na bombástica "House
of Jealous Lovers", hino punk-funk dos
nova-iorquinos do Rapture.
A música é do ano passado, o disco
("Echoes") é de 2003. "HOJL" foi outra
contribuinte na comunhão de estilos, na
irmandade rock/eletrônica, que jogou
roqueiros nas raves e levou clubbers às
pistas de rock.
Se você estiver em uma balada e de repente começar a tocar a house-punk do
Audio Bullys, um rap do 50 Cent, o
country-pop do Kings of Leon e o heavy-glam do Darkness, não se assuste. Isso é
2003.
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