O filme "Na Natureza Selvagem" retrata uma história real da busca por si mesmo

LUANA VILLAC
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Quando ele tinha apenas cinco anos, saiu de casa à noite, sozinho, e foi encontrado na casa de um vizinho a seis quarteirões dali. Aos 22 anos, Christopher Johnson McCandless precisou ir mais longe.
Recém-formado em uma universidade de prestígio, Chris deixou para trás família, carreira e dinheiro e pôs o pé na estrada. Viajou pelos EUA de carona durante dois anos até chegar a seu destino final: as terras geladas do Alasca.
Essa história real foi contada no livro "Na Natureza Selvagem", de Jon Krakauer, e, dez anos depois, foi levada às telas com roteiro e direção do ator americano Sean Penn.
O filme, que está sendo lançado em DVD, retrata com sensibilidade a busca de Chris pelo que ele chamava de Verdade, com V maiúsculo.
Enquanto foge de seus pais e de um passado que o faz sofrer, Chris encontra em seu caminho pessoas a quem ensina e com quem aprende. Mas é a solidão em meio à natureza selvagem que lhe atrai como um chamado.
Depois de descer as corredeiras do rio Colorado de caiaque e vender livros com hippies californianos, entre outras aventuras, ele chega finalmente ao Alasca, onde suas únicas companhias são animais como alces e ursos, além dos livros de seus autores preferidos: Jack London, Henry Thoreau e Tolstói.
Encontrando refúgio em um ônibus abandonado, o jovem passa a viver de caça e de plantas silvestres e se depara com o lado implacável e indiferente da natureza.
Idealista ingênuo? Herói aventureiro? Rebelde determinado? O longa tem o mérito de não responder a essas perguntas, esquivando-se de rotular o protagonista.
Amparado por uma espetacular fotografia -assinada por Eric Gautier, de "Diários de Motocicleta"- e por uma atuação impecável dos atores, Penn conta uma história e deixa-a falar por si.