São Paulo, segunda-feira, 23 de julho de 2007

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Cine trash

Novo filme do gaúcho Jorge Furtado tem monstrão e bastidores do cinema

DA REPORTAGEM LOCAL

Não se deixe enganar pelo título da nova fita do diretor Jorge Furtado ("O Homem Que Copiava" e "Ilha das Flores", entre outros), em cartaz desde sexta. Apesar do nome esquisito, "Saneamento Básico, o Filme" é uma comédia divertida e absurda, com direito até a monstro.
A história se passa no pacato vilarejo de Linha Cristal, na serra gaúcha, onde a comunidade reivindica junto à prefeitura a construção de uma fossa.
Para surpresa de Marina (Fernanda Torres), a representante dos moradores encarregada da negociação, o governo não dispõe de verba para obra de saneamento básico.
O único dinheiro disponível é um repasse do governo federal que deve ser destinado à produção de um vídeo de ficção.
E então vem a sugestão da secretária da prefeitura: se o grupo fizesse o tal filminho, poderia utilizar uma parte da verba para a construção da fossa.
É aí que a história começa a ficar absurda. Afinal de contas, se pergunta Marina, o que é ficção? Precisa ser científica? Precisa ter monstro?
Depois de várias consultas ao dicionário, ela e o marido (seu aliado na empreitada, vivido por Wagner Moura) chegam à história, o típico enredo de um filme trash: o monstro da fossa ataca a mocinha da cidade e acaba derrotado pelo herói.
Com muita ironia, Furtado faz um filme cujo foco é justamente o complexo processo de se fazer um filme. Do roteiro à montagem, passando pelos patrocinadores e escolha do elenco, todas as etapas estão lá.
E, nesse caso, o enredo também serve como pano de fundo para uma alfinetada no bom e velho jeitinho brasileiro, nos improvisos de governos, da população e até do próprio cinema. (LETICIA DE CASTRO)


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