São Paulo, segunda-feira, 23 de agosto de 2010 |
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Competição X Diversão PRIMEIRA EDIÇÃO DOS JOGOS OLÍMPICOS DA JUVENTUDE, EM CINGAPURA, CRIA DILEMA PARA 3.600 ATLETAS TEENS
MARIANA BASTOS ENVIADA ESPECIAL A CINGAPURA Imagine um condomínio em que tudo foi preparado para você se divertir, por duas semanas, com outros 3.600 adolescentes de 204 nacionalidades diferentes. E se, no mesmo período, você tivesse de se concentrar para uma grande conquista? É esse o dilema dos jovens atletas que participam da primeira edição dos Jogos Olímpicos da Juventude, disputados em Cingapura: diversão ou a busca pelo ouro? Para aqueles com menos condições de obter medalhas, a prioridade é a diversão. É o caso do jogador de badminton do Suriname, Irfan Djabar, 18, que quer mesmo é fazer amigos. "Você conhece muita gente nesses Jogos. Já adicionei 30 novos amigos no Facebook", disse. A tentação está por toda a parte. Há muitas atividades culturais simultâneas às competições. Logo ao lado da Vila Olímpica, há a Vila Cultural, com estandes representando todos os 204 países que disputam o evento teen. "Quero aproveitar a experiência olímpica como um todo. E dançar muito", brinca a canoísta canadense Jazmyne Denhollander, 16. Nas tendas montadas na Vila rolam atividades. O atleta americano Bud Kling, 14, participa de tudo para ganhar de brinde um pin. O pequeno broche com emblemas dos países é uma febre nos Jogos Olímpicos. "Em 50 anos, eles podem valer uma grana", disse ele. Mas o local da Vila Olímpica que mais atrai atletas em busca de diversão é o centro de videogames. A sala vive lotada, e os jogos mais escolhidos são justamente os relacionados a esportes. Uma boa parte dos atletas está obcecada, no entanto, por uma medalha olímpica. Por vontade própria ou instrução do treinador, ficam isolados no quarto e só saem para comer e para ir à competição. "Queria fazer turismo, mas nosso técnico não deixa. Temos que ficar em frente a nossos laptops entediados", disse a holandesa Maud Custers, 18, do tiro com arco. A ciclista brasileira Mayara Perez, 17, estava também em regime de concentração total. Mas, após ter vencido a prova de BMX, relaxou. "Agora quero passear e comemorar." Texto Anterior: 02 Neurônio: Cuidado: há um excêntrico perto de você Próximo Texto: Carreira no esporte é incerta para atletas teens Índice |
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