São Paulo, segunda-feira, 23 de novembro de 2009

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VOCÊ É O CRONISTA

No táxi

JULIA MARQUES SILVA
ESPECIAL PARA A FOLHA

Taxistas sempre têm assunto, incrível. E, o que é mais incrível ainda, são sempre variados.
Fala-se de tudo dentro daquele carrinho laranja levemente fosforescente. Futebol (talvez esse seja o preferido deles), viagens, ética, como a cidade está violenta, qual será o fim da novela, como o presidente Lula é ótimo (ou não, depende do motorista) e, enfim, os assuntos mais variados possíveis.
O que varia muito também é o gosto musical. Tem de tudo. Sertanejos no último volume, música gospel, a rádio mais descolada da cidade, ou nada.
É fácil saber o gosto do taxista. Há os mais quietinhos, que não falarão nada nem ouvirão nada, e há os que ouvem um "modão" de viola no máximo e, o que é pior, tentam cantar mais alto do que os cantores.
E, no final de todo esse blablablá que normalmente não acrescenta nada a nossas vidas, o taxímetro mostra um número grande. Ou seja, você paga caro para ouvir lorotas de motoristas de táxi.
Mas agora vou indo, porque volto pra casa de táxi e tenho que me informar dos resultados dos jogos de ontem.


JULIA SILVA, 14, é estudante em Curitiba

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