DOIS PROJETOS brasileiros ganharam um "Oscar" na semana passada.
Não aquele do cinema, mas outro: o Prix Ars Electronica (www.aec.at), prêmio concedido na Áustria todos os anos, o mais importante do mundo na área de cultura e tecnologia.
Entretanto, apesar da sua importância, pouca gente sabe sobre ele.
E menos gente ainda sabe dessa boa tendência: a presença brasileira entre os premiados.
O Ars Electronica tem um conceito amplo de tecnologia. Um dos ganhadores deste ano é o veterano artista de "body modification" (modificação corporal) chamado Stelarc.
Ele implantou uma orelha com conexão wi-fi no próprio braço, usando uma prótese da própria pele. Há fotos no endereço bit.ly/ae3Zwh (cuidado: imagens incômodas).
Já o Brasil ganhou menção honrosa por conta do site CulturaDigital.br, que cria uma comunidade on-line para falar sobre arte e sobre tecnologia.
Também foi contemplada a obra Mobile Crash, do artista mineiro Lucas Bambozzi, uma instalação em que vídeos são ativados quando alguém aponta o dedo para eles (dá para ver aqui: bit.ly/a9nhEN).
Essa galera se junta ao grupo de brasileiros premiados nos últimos anos.
Entre eles, estão o Cyberela (bit.ly/9J0kSO), projeto de inclusão digital para mulheres que não têm medo de usar o rádio para falar de tecnologia, e o Metareciclagem (bit.ly/3QDTC6), que cria novos significados para computadores obsoletos.
Há, também, o Overmundo (bit.ly/bE5m0o), site para a disseminação da cultura de todo o país -que tive a honra de ajudar a criar.
Nada disso é por acaso. Vem aumentando aos poucos o ambiente de reflexão, produção e exibição de arte e tecnologia no Brasil.
Com isso, muitos jovens criadores hoje enxergam a tecnologia como matéria-prima pronta para ser moldada em aplicações que fogem do óbvio.
Ano que vem tem mais Ars Electronica e, espero, mais Brasil na lista.