São Paulo, segunda-feira, 24 de julho de 2006

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02 Neurônio

Jô Hallack, Nina Lemos JRaq Afonso

O que está escrito nas entrelinhas

MENSAGENS SUBLIMINARES são um dos esportes preferidos do sexo feminino. Dizemos isso quando queríamos dizer aquilo. Quando falamos algo, sempre tem outra coisa nas entrelinhas. Por isso, há uma espécie de código Morse afetivo em tudo que fazemos. Talvez porque tenhamos sido criadas ao som de "Não Me Mande Flores", do De Falla. O maior hino de amor de todos os tempos, cujo refrão falava para a pessoa sumir!
Ficamos "mensagem subliminar descontrol" quando começamos a perceber sinais ocultos em tudo. Mesmo em situações que, de ocultas, não têm nada. Outro dia um leitor veio reclamar. "Vocês do 02 Neurônio sempre com mensagens subliminares", disse ele, ao comentar um texto em que uma de nós contava que viu um pingüim na praia. Por mais bizarro que pareça, pingüins existem na vida real! Até mesmo na praia de Ipanema.
Mas como o leitor nos conhece muito bem, achou que o pingüim era a nossa nova palavra para designar "homem lindo de sunga preta". Ou sei lá. Ele desconfiou. "Tenho a impressão de que se eu ler o texto ao contrário, vou ter uma revelação, algo do tipo: "acho que a virgem já mudou de nome, Xuxa nas trevas vive"."
Às vezes, as mensagens subliminares são usadas e se voltam contra a gente. Em vez de esclarecer mal-entendidos, o que fazemos? Escrevemos um texto raivoso usando as malditas mensagens. E o que acontece? Magoamos pessoas. E quando vamos finalmente saber o que aconteceu... quebramos a cara por causa das tais mensagens. E temos que pedir desculpas.
E por que será que não conseguimos falar as coisas de maneira clara? Hum, provavelmente porque é mais fácil falar "você transforma minha vida num filme do Michael Goundry" do que dizer "ei, garoto, eu estou apaixonada por você".

Momento de histeria

Não foi bem isso que eu quis dizer!


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