São Paulo, segunda-feira, 24 de agosto de 2009

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teclar, sair, transar

Ir para a cama com alguém conhecido na internet é prática cada vez mais comum entre os jovens

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O caminho das pedras: Orkut, MSN, celular, shopping... e cama.
"Perdi a virgindade com um menino que conheci no Orkut", conta Bia*, 15. "Ele era amigo de uma amiga, achei ele bonito e o adicionei."
Foi ela quem deu o primeiro passo na paquera -no mundo virtual, isso significa escrever ao garoto em sua página na rede social mais popular do país.
"Depois do Orkut, trocamos MSN, celular, e aí marcamos de nos ver no shopping", lembra. Do primeiro encontro na internet ao primeiro "date" real, o casal levou 20 dias e incontáveis palavras digitadas; ficaram nove meses juntos.
"Conheci meu ex no Orkut, nós dois gostamos de coral. Ele me adicionou lá e no MSN, a gente se "falava" todo dia. Um dia, combinamos de dar um rolê. Aí, rolou", diz Ana*, 17.
Romances como os de Bia e Ana são cada vez mais comuns. Pesquisa do Ministério da Saúde sobre comportamento sexual, divulgada em junho, mostrou que 10,5% dos jovens sexualmente ativos de 15 a 24 anos transaram com ao menos um parceiro que conheceram pela rede nos últimos 12 meses.
"Nunca entrei em sala de bate-papo, acho melhor xavecar pelo Orkut. Você vê que a menina existe, olha suas fotos, seus amigos", fala Bernardo Todesco, 19, que tem no currículo uma transa nascida na web.
"A gente era membro de várias comunidades das mesmas bandas", ele conta. "Aí, eu escrevi pra ela: "Oi, você gosta das mesmas coisas que eu...'".
Depois do xaveco, o roteiro até a cama é conhecido: pularam para o MSN, o celular e, dois meses depois, se encontraram num shopping. "Saímos mais algumas vezes, ficamos por um tempo", diz ele.
Palmeirenses ferrenhos e namorados há 18 meses, Juliana Dourado, 18, e Paulo Momm, 21, se conheceram numa comunidade virtual do time. "Eu reparava nele porque ele sempre fazia comentários divertidos, inteligentes. Aí, deixei um scrap no seu Orkut", ela conta.
Para o "affair" virtual virar real, Paulo, que morava em Campo Grande (MS), viajou a São Paulo. "Ficamos, eu voltei, e aí resolvi mudar de cidade. Consegui vaga de trainee aqui e estou perto dela. De verdade." (DÉBORA YURI)


* Nomes fictícios.


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