Cultura inútil

ALEXANDRA MORAES
DA REPORTAGEM LOCAL

O livro dos recordes, o Guinness, comemora neste ano meio século de registro de fatos públicos e prodígios pessoais. Parte da comemoração é o lançamento de sete minilivros que agrupam os recordes em adjetivos (estranhos, impressionantes, policiais, nojentos), além de um dedicado aos recordes mundiais que foram registrados no Brasil.
Cada um de "Os Melhores Recordes Mundiais de..." (ed. Ediouro, R$ 9,90) é um pequeno festival de inutilidades, algumas delas bem engraçadas.
Talvez não tão engraçadas pelas façanhas em si, mas pelo, digamos, processo de alguém achar que está apto a imortalizar alguma maluquice.
O caso do glorioso Yim Byung Nam, por exemplo. Ele foi até o estúdio do Guinness, em Los Angeles, nos EUA, no dia 18 de dezembro de 1998, e manteve, durante 14 segundos, um pedaço de metal aquecido a 487,7°C dentro da boca. Uma pergunta que pode surgir depois de saber algo assim é se ele ainda tem boca. Deve ter, mas, infelizmente, não sobram detalhes a respeito do ato ao mesmo tempo heróico (OK, ele tentou, eu não) e estúpido (o que ele tem na cabeça?!). Esse é um dos que estão no livro dos "Estranhos".
Dá para saber também que existe um registro de "pior doença que deteriora a carne". Ah, tá. É a fascite necrosante, que, segundo o livro, foi batizada de "doença devoradora de carne" pela imprensa, em 1994, e existe desde a Primeira Guerra Mundial. É causada por um estreptococo que ataca sob a pele e causa necrose do tecido. O único jeito de se livrar dela é tirando fora o pedaço afetado.
A doença está alojada no livro dos "Nojentos" _mas talvez provoque mais compadecimento do que nojo, ainda mais se comparada a colegas de volume como "lançamento nasal de espaguete à distância" ou "mais ratos servidos em um restaurante".

Texto Anterior: Sexo & Saúde - Jairo Bouer: Traição coloca garota em risco
Próximo Texto: Música: O namorado de Gwen Stefani
Índice