São Paulo, segunda-feira, 24 de outubro de 2011

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SEXO & SAÚDE

JAIRO BOUER - jbouer@uol.com.br

Impunidade é motor de nova onda de agressões

Repetidos episódios de violência contra mulheres e contra gays têm sido noticiados nas últimas semanas. Dois dos que mais chamam a atenção, pela banalidade com que foram cometidos, estão gerando ainda uma série de repercussões.
Em Natal, um garoto de 19 anos quebrou o braço da estudante de direito Rhanna Diógenes, 19, em plena balada, porque ela teria recusado um beijo. O suposto agressor já responde a uma ação penal, por agressão, movida por sua ex-mulher.
No mesmo final de semana, um casal gay que saía de uma boate GLS em São Paulo, na região da rua Augusta, também foi atacado por dois jovens que estavam na mesma balada.
A dupla teria tentado se aproximar, sem sucesso, de duas amigas do casal. Um dos homens que foi atacado teve a perna fraturada.
Um dos suspeitos do ataque alega que tudo não passou de um engano, e que ele é que estaria sendo vítima de uma reação "heterofóbica".
Ele diz ainda que a perna do agredido se quebrou quando ele caiu sozinho no chão. Curiosamente, é possível achar um blog que diz que Rhanna, em Natal, foi quem atacou o jovem e que seu braço se quebrou ao cair no chão.
Em ambos os casos, as câmeras dos estabelecimentos deixam claro o que aconteceu, e testemunhas vão ajudar a polícia na investigação.
O fato é que é difícil acreditar que tanta gente ande se quebrando por aí ao cair no chão, não é mesmo? As agressões devem ser rigorosamente apuradas e, se houver culpados, que eles sejam julgados e condenados.
A impunidade é um dos motores da onda de violência que temos visto. O machismo e o preconceito são outros. O perfil impulsivo de alguns jovens (amplificado pela bebida e por outras substâncias) completa o mecanismo que gera agressões.
Sem interferir nesses elementos, a situação não vai mudar. Maior rigor da justiça, educação para a convivência com o outro, aumento da tolerância à própria frustração e melhor controle sobre os impulsos (é normal levar um não, gente!) são alguns dos caminhos.


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