São Paulo, segunda-feira, 25 de abril de 2011

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NOVOS EM FOLHA

TRÊS SOMBRAS
Cyril Pedrosa
EDITORA Quadrinhos na Cia.
QUANTO R$ 39,50 (272 págs.)
AVALIAÇÃO     


O pequenucho Joachim tem muito medo das sombras. Não das projetadas pelas árvores no cenário idílico em que ele mora com o pai e a mãe, mas das três sombras que um dia apareceram no topo da colina, como um mau presságio, e agora teimam em vigiá-lo. Vestindo capuz, esses seres macabros trazem uma péssima notícia para a família: vieram para levar o garoto embora. Isso, é claro, se os pais dele não conseguirem impedir. A luta entre o amor familiar e um destino inescapável é a matéria-prima de "Três Sombras", do francês Cyril Pedrosa. As sombras do título se referem aos encarapuçados, mas podem também evocar o estilo de desenho de Cyril, que faz um ótimo trabalho com o sombreamento. Preste atenção nas cenas noturnas, compare com as diurnas e note o efeito angustiante que as sombras pintadas dão à ambientação do gibi. (DB)

THE UMBRELLA ACADEMY - DALLAS
Gerard Way e Gabriel Bá
EDITORA Devir
QUANTO R$ 29,50 (184 págs.)
AVALIAÇÃO    


Os catalogadores do patrimônio da humanidade que fiquem atentos: depois de lutarem contra a Torre Eiffel em "The Umbrella Academy", os super-heróis problemáticos da premiada minissérie caem no braço contra a estátua do presidente norte americano Abraham Lincoln na continuação "Umbrella Academy - Dallas". A criatividade destrutiva é um dos pontos fortes da dupla de autores, formada por Gerard Way, vocalista do My Chemical Romance, e por Gabriel Bá, expoente dos quadrinhos brasileiros. A HQ está recheada de cenas inesperadas e violentas, sempre contadas de um jeito que beira o humor sombrio. Outro nome faz de "Dallas" um gibi incomum. É o colorista Dave Stewart, que executa um ótimo trabalho comos tons quentes. Em especial, com o vermelho do sangue dos personagens.
(DB)

676 APARIÇÕES DE KILLOFFER
Patrice Killoffer
EDITORA Leya
QUANTO R$ 39,90 (48 págs.)
AVALIAÇÃO    


Caso não tivesse concorrido com "Jimmy Corrigan" (obra-prima do quadrinista Chris Ware), "676 Aparições de Killoffer" provavelmente teria levado o prêmio de melhor gibi durante o Festival Internacional de Quadrinhos de Angoulême em 2003. O trabalho de Patrice Killoffer tem o tempero secreto procurado pelo troféu mais importante do mundo das HQs: desenho e roteiro inovadores. A excentricidade é tão gritante que se manifesta até mesmo no formato incomum: 25 centímetros de largura por 37 centímetros de altura. O pouco texto que há está escrito todo torto. O resto da HQ é contado por meio de ações. Para falar a verdade, "história em quadrinhos" é um termo quase inadequado para se referir ao gibi, já que não há "quadrinhos" nas páginas. As cenas se entrelaçam sutilmente, sem divisão formal.
(DB)

OCRE
Gilmar
EDITORA Zarabatana
QUANTO R$ 29 (48 págs.)
AVALIAÇÃO    


Se, enquanto lê o Folhateen, você dá olhadelas pela janela para checar se o príncipe encantado ainda não chegou montado em um unicórnio serelepe, desencane de ler esta resenha.
O subtítulo de "Ocre" já diz: "Quadrinhos não recomendáveis para pessoas românticas". Mas, se você for a favor de um pouco de cinismo, dê uma chance para esse livro. O encadernado reúne tirinhas publicadas pelo cartunista Gilmar em diversos jornais brasileiros, incluindo a Folha e o "Jornal do Brasil". O título do gibi se refere à cor ocre, um amarelo meio nojento com que o artista pinta os desenhos. Os relacionamentos dos casais retratados nas tiras estão longe de serem ideais. Daí a graça, e daí também a identificação dos leitores. Ao menos dos que não estão sentadinhos na garupa do unicórnio saltitante.
(DB)


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