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Ingredientes da narrativa audiovisual temperam a literatura
LUÍS AUGUSTO FISCHER
ESPECIAL PARA A FOLHA
"Meu Tio Matou um Cara e Outras Histórias"
Autor: Jorge Furtado
Editora: LP&M
Quanto: R$ 20
De todas as diferenças que há entre
um livro e um filme, talvez a mais
importante seja a participação do
leitor ou do espectador: ao assistir a
um filme, vemos imagens e ouvimos sons escolhidos pelo diretor; já
ao ler um romance, nós é que emprestamos nossa imaginação, com
imagens e sons desfilando em nossa
cabeça. É por isso que livro, em geral, instiga mais a inteligência.
Isso ocorre mesmo quando o livro
é escrito por um diretor de cinema
(você viu o recente "Houve uma
Vez Dois Verões", certo?) e de televisão, como Jorge Furtado, que acaba de lançar uma coletânea chamada "Meu Tio Matou um Cara e Outras Histórias". Pelo que lemos ali,
Jorge demonstra ser um grande leitor, que conhece o ofício, provavelmente auxiliado por sua experiência em narrativas audiovisuais.
Jorge, quando escreve, mistura as
duas coisas e alcança um resultado
ótimo. Os contos do livro são em
média muito bons, alguns parecem
roteiros semiprontos -quase puro
diálogo-, outros puxam para o
imaginativo. E há a grande história
que dá título ao livro.
Ingredientes: amor adolescente
meio contrariado metido num
triângulo amoroso, um tio que aparentemente mata por amor, os pais
meio tontos com o filho e com o tal
do tio assassino. Tudo narrado pelo
sobrinho, numa história que caminha para um desfecho emocionante.
E-mail: fischerl@uol.com.br
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