São Paulo, segunda-feira, 25 de novembro de 2002

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estante

Ingredientes da narrativa audiovisual temperam a literatura

LUÍS AUGUSTO FISCHER
ESPECIAL PARA A FOLHA

"Meu Tio Matou um Cara e Outras Histórias"
Autor: Jorge Furtado
Editora: LP&M
Quanto: R$ 20

De todas as diferenças que há entre um livro e um filme, talvez a mais importante seja a participação do leitor ou do espectador: ao assistir a um filme, vemos imagens e ouvimos sons escolhidos pelo diretor; já ao ler um romance, nós é que emprestamos nossa imaginação, com imagens e sons desfilando em nossa cabeça. É por isso que livro, em geral, instiga mais a inteligência.
Isso ocorre mesmo quando o livro é escrito por um diretor de cinema (você viu o recente "Houve uma Vez Dois Verões", certo?) e de televisão, como Jorge Furtado, que acaba de lançar uma coletânea chamada "Meu Tio Matou um Cara e Outras Histórias". Pelo que lemos ali, Jorge demonstra ser um grande leitor, que conhece o ofício, provavelmente auxiliado por sua experiência em narrativas audiovisuais.
Jorge, quando escreve, mistura as duas coisas e alcança um resultado ótimo. Os contos do livro são em média muito bons, alguns parecem roteiros semiprontos -quase puro diálogo-, outros puxam para o imaginativo. E há a grande história que dá título ao livro.
Ingredientes: amor adolescente meio contrariado metido num triângulo amoroso, um tio que aparentemente mata por amor, os pais meio tontos com o filho e com o tal do tio assassino. Tudo narrado pelo sobrinho, numa história que caminha para um desfecho emocionante.

E-mail: fischerl@uol.com.br


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