São Paulo, segunda-feira, 26 de março de 2007

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Álvaro Pereira Júnior - cby2k@uol.com.br

Três dicas para escrever sobre música

QUER APRENDER a escrever sobre música, ou, simplesmente, aprender a escrever? Três dicas, todas da imprensa inglesa.
1) Crítica de "Neon Bible", do Arcade Fire, por Allan Jones. Não se engane com a aparência de querubim septuagenário de Jones, editor-chefe da revista "Uncut". O cérebro continua afiado, e a bagagem musical, intacta. Com conhecimento de causa, Jones corta a neblina do hype e olha para a música do ultraindie Arcade Fire, de Montreal. O que encontra é um álbum três estrelas (o máximo são cinco), "que se leva a sério demais para ser levado a sério".
2) Reportagem sobre os Kings of Leon na "Uncut". Sabia que os Kings of Leon, americanos adorados pela imprensa inglesa, são uma "boy band" indie, inventada por um produtor de Nashville, Angelo Petraglia? Que os irmãos Followill foram empurrados ao mundo da música pela própria... mãe? Que não sabiam nada de rock e que o primeiro disco, "Youth & Young Manhood", foi quase todo composto por Petraglia? Leia na última "Uncut", reportagem de Ben Scoppa. Não é uma "denúncia" contra os Kings. Só um perfil realista da banda.
3) Reportagem sobre Bonde do Rolê no "Observer". Alex Bellos, o inglês que mais entende de Brasil, assinou um pequeno e simpático texto sobre o trio curitibano de funk carioca no jornal londrino "Observer" de domingo retrasado. O chapa Bellos dá a real: que o Bonde é muito mais conhecido na Inglaterra do que no Brasil (onde nem gravadora tem) e que são jovens de classe média branca sulista que tentam fazer um som negro que vem das favelas cariocas (a definição que Bellos dá de Curitiba -"provincial, white"- é perfeita).
Nos textos sobre Arcade Fire e Kings of Leon, você vê crítica sem recalques -só com embasamento e informação. E a reportagem do Bonde do Rolê mostra que fazer um texto simpático e favorável não significa cair de joelhos diante do artista.

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www.nytimes.com/ref/arts/music/sxsw-journal.html. Dois repórteres e mais de mil bandas: o melhor do que rolou no gigantesco festival texano.

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Os Black Angels, muralha de guitarras do Texas, foram os favoritos do crítico Jon Pareles. Principal referência: Velvet Undergroud. Vou atrás.

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Outra da festa texana: Lonely China Day, de Pequim. Espécie de Sigur Rós do extremo Oriente. Estou dentro.


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