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Álvaro Pereira Júnior - cby2k@uol.com.br
Três dicas para escrever sobre música
QUER APRENDER a escrever sobre música, ou, simplesmente, aprender a escrever? Três dicas, todas da imprensa inglesa.
1) Crítica de "Neon Bible", do Arcade Fire,
por Allan Jones. Não se engane com a aparência de querubim septuagenário de Jones, editor-chefe da revista "Uncut". O cérebro continua afiado, e a bagagem musical, intacta. Com
conhecimento de causa,
Jones corta a neblina do
hype e olha para a música
do ultraindie Arcade Fire,
de Montreal. O que encontra é um álbum três
estrelas (o máximo são
cinco), "que se leva a sério
demais para ser levado a
sério".
2) Reportagem sobre os
Kings of Leon na "Uncut". Sabia que os Kings of
Leon, americanos adorados pela imprensa inglesa, são uma "boy band"
indie, inventada por um
produtor de Nashville,
Angelo Petraglia? Que os
irmãos Followill foram
empurrados ao mundo da
música pela própria...
mãe? Que não sabiam nada de rock e que o primeiro disco, "Youth & Young
Manhood", foi quase todo
composto por Petraglia?
Leia na última "Uncut",
reportagem de Ben Scoppa. Não é uma "denúncia"
contra os Kings. Só um
perfil realista da banda.
3) Reportagem sobre
Bonde do Rolê no "Observer". Alex Bellos, o inglês que mais entende de Brasil, assinou um pequeno e simpático texto sobre o trio curitibano de funk carioca no jornal londrino "Observer" de
domingo retrasado. O chapa Bellos dá a real: que o Bonde é muito mais conhecido na Inglaterra do que no Brasil (onde nem gravadora tem) e que são jovens de classe
média branca sulista que tentam fazer um som negro
que vem das favelas cariocas (a definição que Bellos dá
de Curitiba -"provincial, white"- é perfeita).
Nos textos sobre Arcade Fire e Kings of Leon, você vê
crítica sem recalques -só com embasamento e informação. E a reportagem do Bonde do Rolê mostra que fazer
um texto simpático e favorável não significa cair de joelhos diante do artista.
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PLAY: BLOG DO "NYT" NO SOUTH
BY SOUTHWEST
www.nytimes.com/ref/arts/music/sxsw-journal.html. Dois repórteres e mais de
mil bandas: o melhor do que rolou no
gigantesco festival texano.
PLAY: BLOG DO "NYT" 2
Os Black Angels, muralha de guitarras
do Texas, foram os favoritos do crítico
Jon Pareles. Principal referência: Velvet
Undergroud. Vou atrás.
PLAY: BLOG DO "NYT" 3
Outra da festa texana: Lonely China Day,
de Pequim. Espécie de Sigur Rós do
extremo Oriente. Estou dentro.
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