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BALÃO
Crocodilos me mordam!
DIEGO ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL
"Boa mesmo era a "Crocodilo'!" Finalmente eu vou poder dizer isso, daqui a dez, 20 anos... ou daqui a seis meses,
quando o sonho acabar. Sempre achei
horrível a sensação de ter perdido o bonde da história em quadrinho, quando algum entendido chegava e se rasgava de
saudosismo pela "Chiclete com Banana", a "Animal" ou a "Mil Perigos", algumas das revistas mais escatológicas da
década de 80, que só conheci há pouco.
Aquele "Venda proibida para menores
de 18 anos" -que a novíssima "Crocodilo", lançada nesta semana pela Con-
rad, também carrega- me privava dos
melhores momentos de Glauco, Angeli e
cia. e me empurrava de volta para o meu
"Almanacão da Turma da Mônica"...
"Tudo tem seu tempo", fui-me acostumando a ouvir. E agora ele chegou, trazendo não só os traços de uma nova geração de desenhistas (Latuff, Pegoli e
Alan Sieber) como também os clássicos
dos quadrinhos de sacanagem Robert
Crumb e Hunt Emerson. O pacote inclui
ainda umas reportagens sobre sexo, futebol e rock'n'roll, mas, nisso, acho que
ninguém aqui tem interesse -ou tem?
Impressa em papel jornal, lembrando
um fanzine dos mais toscos, a "Crocodilo" promete uma tiragem mensal. Pelo
menos enquanto durar o patrocínio, o
bom humor ou a paciência dos pais.
balao@folha.com.br
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