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ÁLVARO PEREIRA JÚNIOR - cby2k@uol.com.br
Cidades rejeitam seu filho rebelde, o skate
O SKATE nasceu nas cidades, mas as cidades não
querem o skate. E, ironia
maior, se quisessem, talvez
o skate perdesse a graça.
Quando acontece algo
tão trágico quanto a morte
de Rafael Mascarenhas, 18,
filho da Cissa Guimarães, a
gente logo pensa: mas por
que esses caras não procuraram um lugar seguro? Por
que andar num túnel, e à
noite, e numa área interditada para o esporte?
Simples: porque eles são
skatistas. E foi com o skate
que surgiu a própria ideia
de esporte radical.
Você deve conhecer a história: o skate nasceu nas
praias perto de Los Angeles,
nos anos 50 do século passado, em dias sem ondas.
A partir do final dos anos
60, a coisa explodiu. O skate virou o esporte oficial dos
"outcasts" das sociedades
urbanas.
Quando eu morava na
Califórnia, visitei alguns
"skate parks" que funcionam dentro de shopping
centers.
Nada mais perfeito, nada
mais sem alma. Exemplo:
no Van's Skate Park do
shopping de Milpitas, ao sul
de San Francisco, você paga
para entrar e, uma vez lá
dentro, não pode fazer nada: não pode beber, não pode ficar de bobeira, não pode trocar uma ideia.
É "business" total. Pagou
para andar de skate, anda
de skate. Tchau.
Lembro que, há uns dez
anos, uma galera da finada
revista de skate "Big Brother" veio ao Brasil e não
acreditou na liberdade daqui. Foram andar em um
parque em São Caetano
(SP) e ficaram maravilhados: podiam beber cerveja
na rua e não tinham que seguir 500 mil regras.
Skate em lugar todo seguro e arrumadinho é como
rock gospel: não dá liga. Pena que tantos motoristas
não entendam isso.
VEJA ON-LINE
"Dogtown and Z-Boys", de Stacy Peralta
Excelente documentário sobre as origens do skate. Está on-line, na íntegra: is.gd/dCF8Y
VEJA EM DVD
"The Lords of Dogtown", de Catherine Hardwicke
Ficção baseada no documentário. Um pouco açucarada, mas bacana: is.gd/dCFnH
OUÇA ON-LINE
"Possessed to Skate", Suicidal Tendencies
Hino absoluto do esporte: is.gd/dCFEM
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