Facebook tira do ar obra de artista carioca

Há uma reflexão a ser feita sobre liberdade de expressão na internet. A imprensa global vem cobrindo o topo do iceberg do problema.
Há pouco a Apple baniu um jogo denunciando problemas na fabricação de celulares (como suicídios na fábrica do iPhone e obsolescência programada). O Facebook baniu um post da governadora do Arizona, Jan Brewer, que criticava Obama (e soltou um pedido formal de desculpas depois).
Nos dois casos, a justificativa é a violação das "diretrizes" da Apple ou dos "padrões da comunidade" do Facebook. Ambos os documentos dão margem às mais diversas interpretações.
A Apple diz que "rejeitará qualquer conteúdo ou comportamento fora da linha". E pergunta: "Qual é a linha?", para responder a seguir: "Saberá quando avistá-la".
Mas só os casos extremos ganham visibilidade. Todos os dias, bane-se conteúdos de usuários sem maior alarde. É o que aconteceu na semana passada com Daniel Toledo, membro do coletivo de artistas cariocas Opavivará.
O Facebook removeu uma foto do seu trabalho que consiste em um macacão estampado na frente e atrás com a imagem de um corpo masculino nu. A ideia: vestir o nu. Foi publicado em vários jornais (va.mu/FtAG).
De Daniel: "Será que temos mais liberdade no mundo real do que no virtual?"
Em 1998, Lawrence Lessig escreveu um livro seminal dizendo que "o código é a lei", lembrando que a tecnologia traz regras embutidas em si mesma.
Facebook e Apple não estão de brincadeira. Têm ambição de serem a mídia de todas as mídias. Precisam adotar procedimentos claros e regras que evitem que um trabalho como o do Daniel seja banido.
Quando a tecnologia torna-se não só lei, mas polícia e juiz, há razões para se preocupar.

READER
Já ERA Um mundo em que não se usava Instagram nas fotos

Já É Efeitos do tipo Instagram para vídeos, já embutidos no youtube (va.mu/FtO7)

JÁ VEM Pessoas percebendo que usar Instagram é brega

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