São Paulo, segunda-feira, 26 de setembro de 2011

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MEZZO MILEY CYRUS, MEZZO NIETZSHE

A ROTINA DE LAURA RIZZOTTO, 17, JUNTA BALÉ, CANTO LÍRICO E SEU JORGE; ELA ACABA DE LANÇAR O PRIMEIRO DISCO

ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER
DE SÃO PAULO

Laura Rizzotto, 17, canta, dança, toca violão, elogia Miley Cyrus e Seu Jorge, cita Nietzsche, reclama do despertador irritante que a acorda todo dia às 6h e fala das aulas, muitas aulas, de pilates, balé, canto lírico, piano clássico e piano popular.
Isso, uau, durante uma horinha só de conversa. Laura não para. Tudo em nome do "grande sonho". Porque disso ela não tem duvida: baby, seu destino é ser star.
Visual de estrela pop essa cantora carioca já tem, com seu tobogã de mechas douradas e a matadora combinação shortinho + botas. Lançado em agosto pela Universal, o primeiro álbum, "Made in Rio", dá impulso para içá-la ao posto de uma Rebecca Black que deu certo.
Vá lá: ao contrário da intérprete do tragicômico hit "Friday", a afinada Laura assina ela própria as músicas. Cantado em inglês, com uma ou outra estrofe em português, o disco foi composto em parceria com o irmão Lucas, 19.
É pop açucarado na veia, com letras sobre angústias juvenis e mensagens positivas ("ria, não deixe de acreditar").
O que Laura e Rebecca têm em comum é essa receita caseira de popstar. A mãe da americana pagou para ver: bancou US$ 4.000 pelo primeiro videoclipe da filha.
Já Laura, ainda pequena, enfiou na cachola que seria famosa algum dia. A família embarcou na onda. Em 2009, o Folhateen contou a história da menina que treinava canto e dança 12 horas por dia e trocou uma festa de 15 anos pelo presente de ter uma música sua gravada em estúdio.
Foi o pai, Rodolfo, quem ligou para a redação da Folha. "Tudo começou com o pai coruja assumido, perturbando vocês, mas terminou com uma matéria que previu o futuro."

VERSÁTIL
Num segundo, Laura encarna a popstar encantada "com o conceito de supershows" da Miley Cyrus, o canarinho da Disney. No outro, brada que a-do-ra Nietzsche, aquele filósofo alemão do bigode.
O esforço, diz, é para ser mais do que "a loirinha que canta", o zum-zum-zum do colégio de elite onde estuda. Se chega lá? Laura não chegou até aqui para dar meia-volta.


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