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Por um espelho no banheiro
Em escola pública, alunos lutam por melhor estrutura física
DA REPORTAGEM LOCAL
Na Escola Estadual Professor Sérgio da Costa, a
batalha mais recente do
grêmio estudantil tem sido angariar fundos para colocar bebedouros nos corredores.
O colégio fica no extremo
norte de São Paulo, no bairro de
Sobradinho, e abriga 1.200 alunos. Entre esses, 25 fazem parte da agremiação.
Os estudantes foram eleitos
em março, concorrendo com
outras três chapas. Propuseram, na época da votação, espelho no banheiro, som no intervalo e ventiladores nas salas de
aula, entre outras coisas.
A promessa de som e de ventiladores eles conseguiram
cumprir fazendo festinhas, gincanas e rifas para arrecadar dinheiro. Contaram, também,
com o patrocínio de mercados
próximos. E os espelhos?
"Não conseguimos o dinheiro", explica Jayce Elle, 15, presidente do grêmio. Mas a direção acabou dando o dinheiro,
para alívio do grupo. "Eles nos
ajudaram em segredo e nos deram o crédito", diz a garota.
Os alunos retribuíram o
apoio. Quando a escola alagou,
contam, correram até o local
para empurrar a lama para fora.
Vez ou outra, ajudam as "tias da
limpeza", varrendo o pátio na
hora do intervalo.
A política que o grêmio exerce na escola Sérgio da Costa é
temperada pela boa relação
com a direção. E o colégio acabou virando refúgio dos alunos.
"Temos de pedir que voltem
para suas casas!", brinca o professor Dimecley de Jesus Tosta. "Nem me lembro do gosto
do arroz da minha mãe", completa Kayke Bento Pires, 14.
Entre as táticas do grupo para definir prioridades, está uma
surrada caixinha de papelão em
que os alunos colocam papéis
com pedidos. "Somos alunos, e
é também por nós que queremos melhorar a escola", diz
Laysa da Silva Wanderley, 13.
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