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MÚSICA
Um inglês, um havaiano e até um rapper brasileiro estão nos projetos de will.i.am, líder do grupo de rap Black Eyed Peas
Com o mundo a seus pés
LEANDRO FORTINO
DA REPORTAGEM LOCAL
Nem deu tempo de esquecer os hits
que o quarteto americano de rap
Black Eyed Peas emplacou nas estações de rádio brasileiras no ano passado e
aqui está ele de novo com "Don't Phunk
with My Heart", o primeiro de uma possível série de outros sucessos que deverão
sair do novo CD, "Monkey Business".
O álbum traz a participação especial do
cantor inglês Sting, do "surfista" havaiano
Jack Johnson, do "rei do funk" James
Brown e até do "ex" de Britney Justin Timberlake. Mas a parceria mais curiosa só poderá ser ouvida em julho, quando sai o CD
de um projeto (ainda sem nome) do líder
do grupo. "Estou fazendo com Sergio Mendes um disco de sambas. Temos uma música com Marcelo D2, que gravamos na França. O disco também terá versões de músicas
brasileiras, mas não vou cantar em português, só em inglês. Também trabalhamos
com Stevie Wonder, Jill Scott e Q-Tip, que
era do trio A Tribe Called Quest.", contou
will.i.am, 30, em entrevista ao Folhateen.
Com essa parceria, o pianista e compositor brasileiro Sergio Mendes continua a
ajudar na popularização de ritmos brasileiros (como a bossa nova e o samba) nos
EUA, país que ele decidiu chamar de lar
desde os anos 60. Foi na cidade em que mora, Los Angeles, que will.i.am conheceu o
brasileiro e decidiu gravar o disco.
"Toquei esse projeto ao mesmo tempo
que finalizava "Monkey Business". Foram
dois meses em Londres e duas semanas em
São Paulo, onde gravei partes da guitarra e
linhas de baixo do disco", afirma will.i.am,
que adora São Paulo e principalmente a
música brasileira. Prova disso é um trecho
de uma faixa da cantora brasileira Astrud
Gilberto em "Monkey Business".
will.i.am ainda confessou adorar Jorge
Benjor, cantor que processou o Black Eyed
Peas em 1999, por usar sem autorização trechos de três músicas do brasileiro em "Behind the Front", de 1998. "Tentamos pedir
autorização, mas não encontramos as pessoas que trabalham com ele ou responsáveis pelos direitos da música. Quando ele
nos procurou, pagamos os direitos autorais
e não tivemos mais nenhum problema."
Segundo o cabeça do Black Eyed Peas,
"Monkey Business" foi gravado sem a pressão de repetir o estrondoso sucesso do anterior. ""Elephunk" foi feito em um ótimo
clima. Não pensávamos em fazer hits.
Quando as músicas ficaram famosas foi
uma viagem. Ficamos chocados, mas foi
ótimo. Buscamos essa mesma descontração na hora de gravar "Monkey Business'".
Das participações no CD, a do inglês
Sting, que canta uma versão de sua música
"Englishman in New York", tem um significado especial. "APL [integrante do grupo]
adora a canção, porque ele é filipino, foi
adotado e se sente um estrangeiro. Ele chegou aos EUA sem falar inglês. A letra diz:
"Sou um estrangeiro, sou um estrangeiro
[em situação] legal". Nossa versão fala:
"Viemos de lugares diferentes, por que não
nos unimos?". É sobre nunca nos sentirmos
estrangeiros. Por que temos de esperar por
um desastre natural para fazer que as pessoas estejam unidas?" Sting, ativista de carteirinha, é claro, adorou a idéia.
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