São Paulo, segunda-feira, 27 de junho de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

MÚSICA

Um inglês, um havaiano e até um rapper brasileiro estão nos projetos de will.i.am, líder do grupo de rap Black Eyed Peas

Com o mundo a seus pés

LEANDRO FORTINO
DA REPORTAGEM LOCAL

Nem deu tempo de esquecer os hits que o quarteto americano de rap Black Eyed Peas emplacou nas estações de rádio brasileiras no ano passado e aqui está ele de novo com "Don't Phunk with My Heart", o primeiro de uma possível série de outros sucessos que deverão sair do novo CD, "Monkey Business".
O álbum traz a participação especial do cantor inglês Sting, do "surfista" havaiano Jack Johnson, do "rei do funk" James Brown e até do "ex" de Britney Justin Timberlake. Mas a parceria mais curiosa só poderá ser ouvida em julho, quando sai o CD de um projeto (ainda sem nome) do líder do grupo. "Estou fazendo com Sergio Mendes um disco de sambas. Temos uma música com Marcelo D2, que gravamos na França. O disco também terá versões de músicas brasileiras, mas não vou cantar em português, só em inglês. Também trabalhamos com Stevie Wonder, Jill Scott e Q-Tip, que era do trio A Tribe Called Quest.", contou will.i.am, 30, em entrevista ao Folhateen.
Com essa parceria, o pianista e compositor brasileiro Sergio Mendes continua a ajudar na popularização de ritmos brasileiros (como a bossa nova e o samba) nos EUA, país que ele decidiu chamar de lar desde os anos 60. Foi na cidade em que mora, Los Angeles, que will.i.am conheceu o brasileiro e decidiu gravar o disco.
"Toquei esse projeto ao mesmo tempo que finalizava "Monkey Business". Foram dois meses em Londres e duas semanas em São Paulo, onde gravei partes da guitarra e linhas de baixo do disco", afirma will.i.am, que adora São Paulo e principalmente a música brasileira. Prova disso é um trecho de uma faixa da cantora brasileira Astrud Gilberto em "Monkey Business".
will.i.am ainda confessou adorar Jorge Benjor, cantor que processou o Black Eyed Peas em 1999, por usar sem autorização trechos de três músicas do brasileiro em "Behind the Front", de 1998. "Tentamos pedir autorização, mas não encontramos as pessoas que trabalham com ele ou responsáveis pelos direitos da música. Quando ele nos procurou, pagamos os direitos autorais e não tivemos mais nenhum problema."
Segundo o cabeça do Black Eyed Peas, "Monkey Business" foi gravado sem a pressão de repetir o estrondoso sucesso do anterior. ""Elephunk" foi feito em um ótimo clima. Não pensávamos em fazer hits. Quando as músicas ficaram famosas foi uma viagem. Ficamos chocados, mas foi ótimo. Buscamos essa mesma descontração na hora de gravar "Monkey Business'".
Das participações no CD, a do inglês Sting, que canta uma versão de sua música "Englishman in New York", tem um significado especial. "APL [integrante do grupo] adora a canção, porque ele é filipino, foi adotado e se sente um estrangeiro. Ele chegou aos EUA sem falar inglês. A letra diz: "Sou um estrangeiro, sou um estrangeiro [em situação] legal". Nossa versão fala: "Viemos de lugares diferentes, por que não nos unimos?". É sobre nunca nos sentirmos estrangeiros. Por que temos de esperar por um desastre natural para fazer que as pessoas estejam unidas?" Sting, ativista de carteirinha, é claro, adorou a idéia.

Texto Anterior: Sexo & saúde - Jairo Bouer: Você discute sexo e drogas na escola?
Próximo Texto: Escuta aqui - Álvaro Pereira Júnior: A vida sexual dos selvagens
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.