São Paulo, segunda-feira, 27 de julho de 2009

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Só "rehab" não basta para curar

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Adolescente dependente químico tem características especiais e precisa de atendimento separado dos adultos, diz o psiquiatra Marcelo Niel, da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
"O adolescente vive uma fase de transição, e a droga às vezes também entra como transitória", diz ele. "É importante que o jovem não se identifique com "heróis" mais velhos, que usaram de tudo e não morreram."
A intervenção deve ocorrer cedo, para que uma fase de abusos e experimentações não vire uma história de dependência.
Mas, segundo o psiquiatra, nem todos precisam de internação -ela deve ser curta, "de duas ou três semanas", e vista como "medida extrema".
"Clínica de reabilitação virou moda, mas o modelo ideal é o ambulatorial, com terapia e atividades artísticas e esportivas."
Responsável pelo Jovem Samaritano, o pediatra Manfred Von Schaaffhausen defende o projeto, que mistura fases de internação com acompanhamento pós-alta: "Os resultados são melhores quando há vínculo com os recuperandos".
"O universo desses jovens é o tráfico, é se esconder de traficante, é ver tiro. Eles precisam estar com seus semelhantes, como todos os adolescentes", diz a coordenadora do projeto, Jacqueline Satriani.
Para ela, o modelo dos teens não deve "pegar carona" no dos adultos. (DY)


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