|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Só "rehab" não basta para curar
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Adolescente dependente
químico tem características especiais e precisa
de atendimento separado dos
adultos, diz o psiquiatra Marcelo Niel, da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
"O adolescente vive uma fase
de transição, e a droga às vezes
também entra como transitória", diz ele. "É importante que
o jovem não se identifique com
"heróis" mais velhos, que usaram de tudo e não morreram."
A intervenção deve ocorrer
cedo, para que uma fase de abusos e experimentações não vire
uma história de dependência.
Mas, segundo o psiquiatra,
nem todos precisam de internação -ela deve ser curta, "de
duas ou três semanas", e vista
como "medida extrema".
"Clínica de reabilitação virou
moda, mas o modelo ideal é o
ambulatorial, com terapia e atividades artísticas e esportivas."
Responsável pelo Jovem Samaritano, o pediatra Manfred
Von Schaaffhausen defende o
projeto, que mistura fases de
internação com acompanhamento pós-alta: "Os resultados
são melhores quando há vínculo com os recuperandos".
"O universo desses jovens é o
tráfico, é se esconder de traficante, é ver tiro. Eles precisam
estar com seus semelhantes,
como todos os adolescentes",
diz a coordenadora do projeto,
Jacqueline Satriani.
Para ela, o modelo dos teens
não deve "pegar carona" no dos
adultos.
(DY)
Texto Anterior: Dia de visita tem futebol, família, filme e ex-internos Próximo Texto: Quadrinhos: Traço maduro Índice
|