São Paulo, segunda-feira, 27 de agosto de 2007

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Sexo & Saúde

Jairo Bouer - jbouer@uol.com.br

Sexo é feito a dois!

"Tenho 20 e minha namorada sente náuseas quando faz sexo oral em mim. Tomo todas as medidas higiênicas possíveis. Já fiz uso de produtos como aromatizantes e pomadas comestíveis e não adiantou. É psicológico?"

"Sou virgem e namoro um garoto de 18. Estava na casa dele e ele quis transar. Eu não topei. Daí ele abaixou as calças e pediu para fazer sexo oral nele. Disse não, mas ele insistiu. Então, eu fiz. Só que depois de uns dias fiquei triste e até sonhei com isso! Será que posso ter ficado com trauma?"

RELATIVAMENTE POPULAR entre os jovens, de acordo com pesquisas sobre hábitos sexuais, o sexo oral não é considerado como sexo por muita gente, mas, sim, como uma extensão das brincadeiras e preliminares. E isso pode provocar algumas confusões nos casais!
Do ponto de vista médico, sexo oral é sexo, com contato íntimo entre mucosas (revestimento interno do nosso corpo) e até troca de fluídos (como sêmen, secreção vaginal e líquido pré-ejaculatório). Portanto com risco de transmissão de DSTs e necessidade de proteção.
Do ponto de vista emocional, sexo oral, como sugerido pelas dúvidas dos leitores, também parece estar sendo encarado como sexo, pelo menos pelas garotas. Por exemplo, será que a namorada do primeiro garoto não está tendo náuseas por não saber como lidar com a pressão para fazer sexo oral?
Sim, porque nosso corpo, às vezes, traz respostas como dor, desconforto, náusea, entre outros sintomas, quando o emocional da gente não está sabendo como lidar com uma situação de estresse. No sexo, esse tipo de resposta é mais comum do que se imagina. Nessa situação não há aromatizante, perfume ou qualquer medida de higiene que resolva. A questão é que, talvez, a namorada não esteja pronta para fazer sexo oral.
É lógico que higiene adequada e cuidados com o corpo ajudam os casais que querem fazer qualquer forma de sexo, desde que os dois estejam prontos para isso.
No segundo e-mail fica ainda mais claro que a garota não estava pronta para fazer o que fez. Ela não queria transar, o garoto insistiu. Talvez para não contrariar ainda mais o namorado, ela cedeu. Em vez de enfrentar um sintoma físico como a náusea, a resposta veio na forma das emoções: passou a se sentir mal e culpada.
É lógico que a vida sexual de todo casal passa por negociações do que pode e do que não pode ser feito. Às vezes, um dos dois é que vai propor as novidades que o outro pode ou não aceitar. Mas é fundamental que as decisões sejam feitas em conjunto, para evitar que o outro sofra ou que não se sinta confortável. Forçar a barra ou tentar impor um ponto de vista não vale. Sexo é feito a dois!


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