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Sexo & Saúde
Jairo Bouer - jbouer@uol.com.br
Sexo é feito a dois!
"Tenho 20 e minha namorada sente náuseas quando faz
sexo oral em mim. Tomo todas as medidas higiênicas
possíveis. Já fiz uso de produtos como aromatizantes e
pomadas comestíveis e não adiantou. É psicológico?"
"Sou virgem e namoro um garoto de 18. Estava na casa dele
e ele quis transar. Eu não topei. Daí ele abaixou as calças e
pediu para fazer sexo oral nele. Disse não, mas ele insistiu.
Então, eu fiz. Só que depois de uns dias fiquei triste e até
sonhei com isso! Será que posso ter ficado com trauma?"
RELATIVAMENTE POPULAR entre os jovens, de acordo com pesquisas sobre hábitos sexuais, o sexo
oral não é considerado como sexo por muita gente, mas, sim, como uma extensão das brincadeiras e preliminares. E isso pode provocar algumas confusões nos
casais!
Do ponto de vista médico, sexo oral é sexo, com contato íntimo entre mucosas (revestimento interno do nosso corpo) e até troca de fluídos (como sêmen, secreção
vaginal e líquido pré-ejaculatório). Portanto com risco
de transmissão de DSTs e necessidade de proteção.
Do ponto de vista emocional, sexo oral, como sugerido
pelas dúvidas dos leitores, também parece estar sendo
encarado como sexo, pelo menos pelas garotas. Por
exemplo, será que a namorada do primeiro garoto não
está tendo náuseas por não saber como lidar com a pressão para fazer sexo oral?
Sim, porque nosso corpo, às vezes, traz respostas como dor, desconforto, náusea, entre outros sintomas,
quando o emocional da gente não está sabendo como lidar com uma situação de estresse. No sexo, esse tipo de resposta é mais comum do que se imagina. Nessa situação não há aromatizante, perfume ou qualquer medida de higiene que resolva. A questão é que, talvez, a namorada não esteja pronta para fazer sexo oral.
É lógico que higiene adequada e cuidados com o corpo
ajudam os casais que querem fazer qualquer forma de
sexo, desde que os dois estejam prontos para isso.
No segundo e-mail fica ainda mais claro que a garota
não estava pronta para fazer o que fez. Ela não queria
transar, o garoto insistiu. Talvez para
não contrariar ainda mais o namorado,
ela cedeu. Em vez de enfrentar um sintoma físico como a náusea, a resposta
veio na forma das emoções: passou a se
sentir mal e culpada.
É lógico que a vida sexual de todo casal passa por negociações do que pode e
do que não pode ser feito. Às vezes, um
dos dois é que vai propor as novidades
que o outro pode ou não aceitar. Mas é
fundamental que as decisões sejam feitas em conjunto, para evitar que o outro sofra ou que não se sinta confortável. Forçar a barra ou tentar impor um
ponto de vista não vale. Sexo é feito a
dois!
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