MENINAS ANDANDO de skate na orla do Rio. Você não imagina como isso me deixa feliz. E não é só uma.
Nas manhãs de segunda-feira, em duas horas de pedal do mirante do Leblon até Santos Dumont (ida e volta), sempre vejo várias.
A vibe é diferente da de São Paulo, onde moro. É skate de praia mesmo, com as meninas de shortinho, às vezes até descalças, e quase sempre puxadas por uma amiga de bicicleta.
Sem essa de boné para trás, tipo imitando o jeito dos meninos.
Quando o skate começou no Brasil, lá por meados dos anos 70, o foco, na minha visão de moleque, era São Paulo. Só lembro de um skatista do Rio, o Cesinha.
Para mim, paulistano, a falta de uma cena carioca forte de skate era só mais uma prova de que o Rio não tinha jeito mesmo.
Mas esse rolê de bike às segundas-feiras me enche de esperança. Por causa das meninas e por causa da pista de skate do aterro do Flamengo, onde sempre vejo uns rastas apavorando no vertical.
E aí vem a outra maravilha contemporânea do Rio: o clipe que uma galera de lá fez usando a música "Lisztomania", da banda francesa Phoenix.
Tentando explicar: quando morreu John Hughes, no ano passado, um povo dos EUA usou a mesma música e a editou com imagens de "Clube dos Cinco", filme de Hughes. Ficou perfeito. Agora, o pessoal de várias cidades imitou as cenas do filme, com a trilha do Phoenix. No Brasil, o Rio saiu na frente.
Demais esse Rio. Não aquele que conheci nos anos 90, a capital mundial da saudade. O Rio agora é das meninas skatistas, do clipe do "Lisztomania" -a capital mundial do futuro.