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São Paulo, segunda-feira, 28 de julho de 2003
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cartas LEITORES MANIFESTAM REPÚDIO A OPINIÕES PUBLICADAS NA REPORTAGEM 'A PRAÇA NÃO É NOSSA' Equívoco superior "Gostei da reportagem "A praça não é nossa" (ed. de 21/7), mas não dos depoimentos dos mauricinhos e patricinhas. Achei o cúmulo alguém dizer o que eles disseram achando que é muito superior, reafirmando o preconceito racial, que ainda existe, e, ainda por cima, não tendo a coragem de assumir o que disse, usando um nome fictício. Concordo com o que a Raquel Rolnik diz sobre a não-existência de punks nos shoppings, pois as garotas que apareceram como punks são conhecidas minhas e não passam de fãs do Nirvana. O mesmo vale para a "gótica" Viviane. O resto, eu adorei, principalmente o espaço que vocês abriram para os GLS." Thaís H. Souza Silva, 13 - São Paulo, SP Ser maurício não é só gastar "Gostaria de corrigir a classificação feita para o grupo de mauricinhos e patricinhas, que não condiz com a realidade, já que os que lá opinam não passam de pessoas mal-educadas, preconceituosas e irresponsáveis. Eu me considero um mauricinho, frequento o mesmo shopping que eles e sei que ser mauricinho não é só ir ao shopping gastar. É também ter consciência de que, por termos mais acesso à educação, devemos de alguma forma passá-la para a frente, e não fazer esse papel de idiota que esse cara fez ao dizer que vai ao shopping Iguatemi porque lá não vão "pretos, skatistas e baianos"." Romeu Júnior - São Paulo, SP Racismo explícito "Fiquei enojado com a declaração daquele mauricinho que disse que frequenta o shopping Iguatemi porque lá não vão "pretos, baianos nem skatistas". Acho que a Folha foi omissa ao não denunciar essa clara expressão de racismo em uma delegacia. Sou branco, ando de skate e gostaria que a Folha revelasse o nome verdadeiro dessa pessoa. Ela cometeu um crime." Thiago Pugliesi - por e-mail Nota da Redação O Folhateen só publicou a imagem e o nome dos entrevistados dos quais obteve a autorização dos pais ou responsáveis. Demonstração de preconceito "Parabéns pelo caderno, informativo e organizado. Só não entendo como um caderno como esse pode publicar uma clara demonstração de preconceito. Sou branco como eles e me sinto envergonhado com a tamanha falta de respeito pelo próximo. A mesquinhez de certas pessoas é o que faz o país caminhar para trás. Um caderno como o Folhateen deve, sim, ouvir a opinião de todos, mas deve selecionar o que publica para não denegrir a imagem dos mauricinhos e patricinhas, já que a opinião emitida em caráter unilateral pode não representar o que pensa a maioria desse grupo." Daniel H. Passos Gonçalves - São Paulo, SP Tribo perigosa "Esclarecedora a reportagem sobre os grupos de jovens que se reúnem nos shoppings. Principalmente quando se percebe que, em meio a todas as tribos tradicionalmente consideradas "desajustadas" ou "exóticas", a que se destacou como assustadora foi aquela tida pela sociedade como seu ideal de beleza e educação." Rogério Marmo Silva, 28 - São Paulo, SP Direito ao beijo "Gostaria de registrar minha indignação com relação à reportagem "A praça não é nossa". Entre outras coisas, mostra jovens homossexuais que alegaram não poder manifestar expressões de afeto, como beijos, no shopping Tatuapé, em São Paulo. Eu gostaria de informar a esses jovens que existe uma lei, assinada pelo governador Geraldo Alckmin em 5/11/2001, que diz: "Artigo 1º - Será punida, nos termos desta lei, toda manifestação atentatória ou discriminatória praticada contra cidadão homossexual, bissexual ou transgênero. Artigo 2º - Consideram-se atos atentatórios e discriminatórios dos direitos individuais e coletivos dos cidadãos homossexuais, bissexuais ou transgêneros, para os efeitos desta lei: (...) VIII - proibir a livre expressão e manifestação de afetividade, sendo estas expressões e manifestações permitidas aos demais cidadãos. Artigo 3º - São passíveis de punição o cidadão, inclusive os detentores de função pública, civil ou militar, e toda organização social ou empresa, com ou sem fins lucrativos, de caráter privado ou público, instaladas neste Estado, que intentarem contra o que dispõe esta lei. (...)." Fábio de Souza, 20 - Santo André, SP Próximo Texto: Folhateen indica Índice |
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