São Paulo, segunda-feira, 29 de março de 2004

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FÓRUM

Jovens dos cinco continentes participam de cúpula sobre produtos de comunicação para adolescentes

Babel teen discute a mídia global

ALESSANDRA KORMANN
DA REPORTAGEM LOCAL

Eles são um grupo de 60 jovens, de 16 a 23 anos, espalhados por quatro Estados brasileiros (Paraná, Santa Catarina, Goiás e Maranhão), conectados diretamente a jovens do Reino Unido, com quem trocam experiências. É assim que funciona a seção brasileira da YB News (Agência de Notícias Brasileiro-Britânica).
O objetivo da agência, que funciona com o apoio de várias entidades, como o British Council e o Unicef, é oferecer material de interesse dos jovens produzido pelos próprios jovens. O resultado do trabalho do YB News está no site www.ybnews.org.br.
"O jovem pode ser um comunicador local, e a internet é um meio barato e útil de fazer isso", diz Gilbert Scharnik, 33, coordenador do projeto. "O potencial educacional da internet ainda é pouquíssimo aproveitado. A maioria dos jovens gasta muito tempo em chats, que são os únicos espaços que eles encontram para se expressar."
O YB News e outros grupos de jovens que produzem mídia em cerca de 40 países dos cinco continentes têm encontro marcado: o Fórum dos Adolescentes, que pela primeira vez acontece dentro da Cúpula Mundial de Mídia para Crianças e Adolescentes (veja quadro).
Além da internet, os jovens vão discutir, ao mesmo tempo que representantes pesos pesados da indústria da mídia do mundo todo, questões como a qualidade da programação da TV, a representação das diversas identidades culturais e possibilidades da produção independente.
"É muito legal esse intercâmbio para saber o que está sendo feito lá fora", diz Agadir Andrade, 23, que vai participar do fórum e é monitora da Escola de Vídeo do Canal Auçuba (palavra indígena que significa "grande e bom sentimento"), projeto de Recife.
Para ajudar a promover a comunicação nessa verdadeira torre de Babel teen, cada oficina vai contar com um coordenador brasileiro e um ou dois "facilitadores" internacionais. O objetivo é realizar uma co-produção internacional de diferentes produtos de mídia, como TV, rádio e internet.
"Na minha opinião, a mídia para adolescentes está legal e não está. Há coisas muito boas, como a TV Cultura, e outras que precisam melhorar. Acho que a forma como a informação é passada para os jovens pode mudar", diz Leticia Pereira de Azevedo, 19, que trabalha com produção, câmera e edição no projeto Kabum, do Rio de Janeiro, e também vai ao fórum.
Reivindicações, propostas e análise dos participantes vão estar presentes em uma carta multimídia, a ser apresentada no final do evento. Essas conclusões poderão servir de norte para produtores de mídia em geral. Em outra edição da Cúpula, por exemplo, emissoras de TV a cabo assumiram o compromisso de colocar mais adolescentes comuns, gordinhos de óculos, na sua programação. É um começo.


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