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FÓRUM
Jovens dos cinco continentes participam de cúpula sobre produtos de comunicação para adolescentes
Babel teen discute a mídia global
ALESSANDRA KORMANN
DA REPORTAGEM LOCAL
Eles são um grupo de 60 jovens, de 16 a
23 anos, espalhados por quatro Estados brasileiros (Paraná, Santa Catarina,
Goiás e Maranhão), conectados diretamente a jovens do Reino Unido, com
quem trocam experiências. É assim que funciona a seção brasileira
da YB News (Agência de Notícias
Brasileiro-Britânica).
O objetivo da agência, que funciona com o apoio de várias entidades, como o British Council e o
Unicef, é oferecer material de interesse dos jovens produzido pelos
próprios jovens. O resultado do
trabalho do YB News está no site
www.ybnews.org.br.
"O jovem pode ser um comunicador local, e a internet é um meio
barato e útil de fazer isso", diz Gilbert Scharnik, 33, coordenador do
projeto. "O potencial educacional
da internet ainda é pouquíssimo
aproveitado. A maioria dos jovens
gasta muito tempo em chats, que
são os únicos espaços que eles encontram para se expressar."
O YB News e outros grupos de
jovens que produzem mídia em
cerca de 40 países dos cinco continentes têm encontro marcado: o
Fórum dos Adolescentes, que pela primeira vez acontece dentro da Cúpula
Mundial de Mídia para Crianças e Adolescentes (veja quadro).
Além da internet, os jovens vão discutir, ao mesmo tempo que representantes
pesos pesados da indústria da mídia do
mundo todo, questões como a qualidade
da programação da TV, a representação
das diversas identidades culturais e possibilidades da produção independente.
"É muito legal esse intercâmbio para
saber o que está sendo feito lá fora", diz
Agadir Andrade, 23, que vai participar
do fórum e é monitora da Escola de Vídeo do Canal Auçuba (palavra indígena
que significa "grande e bom sentimento"), projeto de Recife.
Para ajudar a promover a comunicação nessa verdadeira torre de Babel teen,
cada oficina vai contar com um coordenador brasileiro e um ou dois "facilitadores" internacionais. O objetivo é realizar
uma co-produção internacional de diferentes produtos de mídia, como TV,
rádio e internet.
"Na minha opinião, a mídia para
adolescentes está legal e não está. Há
coisas muito boas, como a TV Cultura, e outras que precisam melhorar.
Acho que a forma como a informação é passada para os jovens pode
mudar", diz Leticia Pereira de Azevedo, 19, que trabalha com produção, câmera e edição no projeto Kabum, do Rio de Janeiro, e também
vai ao fórum.
Reivindicações, propostas e análise
dos participantes vão estar presentes
em uma carta multimídia, a ser apresentada no final do evento. Essas
conclusões poderão servir de norte
para produtores de mídia em geral.
Em outra edição da Cúpula, por
exemplo, emissoras de TV a cabo assumiram o compromisso de colocar
mais adolescentes comuns, gordinhos de óculos, na sua programação.
É um começo.
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