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MÚSICA
Tecladista do Dream Theater, que toca por aqui em dezembro, afirma que a banda pode tocar qualquer estilo com qualidade
Sonho ao vivo
DANIEL BUARQUE
DA REDAÇÃO
2005 não trouxe apenas como boa notícia o novo álbum do Dream Theater, "Octavarium". O ano termina
com a visita do próprio quinteto ao Brasil
para três apresentações confirmadas para
dezembro, uma no Rio e duas em SP.
Em entrevista ao Folhateen, Jordan Rudess, tecladista do grupo, fala do novo CD,
"Octavarium", ressalta a competência técnica dos músicos e se diz convencido de
que a união de diferentes influências e formações faz com que a banda seja capaz de
tocar qualquer estilo com qualidade.
Folha - O que há de novo em "Octavarium"?
Jordan Rudess - Queríamos canções
mais curtas, concisas, fechando com uma
faixa mais longa, progressiva e experimental. Foi assim que a música-título nasceu.
Folha - O que você leva ao grupo da sua
experiência pessoal?
Rudess - Eu tenho formação acadêmica
em piano clássico. Venho de um lugar bastante diferente dos outros caras, que são mais do rock e do jazz. Dessa mistura sai o
que o Dream Theater é.
Folha - Apesar do som pesado, a banda
não tem postura de "rock star". Isso é
proposital?
Rudess - Somos um grupo de músicos
capazes de tocar qualquer coisa que tenhamos em mente. Podemos tocar heavy metal muito pesado, fusion, rock progressivo,
baladas e até mesmo música clássica. Não
estamos fingindo ser algo que não somos.
Tenho a impressão de que muitos grupos
de metal usam a imagem e o marketing para compensar o fato de não saberem tocar
bem. Temos muita confiança em quem somos, na música que criamos, na nossa
competência e na nossa capacidade.
Folha - Isso responde à crítica de que o
grupo é técnico e sem sentimento?
Rudess - Tocamos músicas que a maioria
das bandas de rock do mundo não consegue tocar. Às vezes nossa música pode ficar
muito complexa em relação à variação de
compasso, velocidade e quantidade de notas tocadas, mas ela pode ser complexa,
melódica e lenta também. Nem toda música que tocamos é rápida ou pesada, mas ela
é sempre fruto de muito trabalho, muita
técnica e inclui uma forte dose de sentimento, como uma peça clássica, que tem
milhões de componentes técnicos.
Folha - Há a intenção de soar difícil
quando as músicas são compostas?
Rudess - Não exatamente. O estilo evolui
naturalmente. Procuramos um único lugar
para colocar nossas diferentes influências,
criando algo legal, misturando essas cinco
mentes diferentes. Não procuramos simplesmente mostrar nossa habilidade.
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