São Paulo, segunda-feira, 29 de agosto de 2005

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MÚSICA

Tecladista do Dream Theater, que toca por aqui em dezembro, afirma que a banda pode tocar qualquer estilo com qualidade

Sonho ao vivo

DANIEL BUARQUE
DA REDAÇÃO

2005 não trouxe apenas como boa notícia o novo álbum do Dream Theater, "Octavarium". O ano termina com a visita do próprio quinteto ao Brasil para três apresentações confirmadas para dezembro, uma no Rio e duas em SP.
Em entrevista ao Folhateen, Jordan Rudess, tecladista do grupo, fala do novo CD, "Octavarium", ressalta a competência técnica dos músicos e se diz convencido de que a união de diferentes influências e formações faz com que a banda seja capaz de tocar qualquer estilo com qualidade.

Folha - O que há de novo em "Octavarium"?
Jordan Rudess - Queríamos canções mais curtas, concisas, fechando com uma faixa mais longa, progressiva e experimental. Foi assim que a música-título nasceu.
Folha - O que você leva ao grupo da sua experiência pessoal?
Rudess - Eu tenho formação acadêmica em piano clássico. Venho de um lugar bastante diferente dos outros caras, que são mais do rock e do jazz. Dessa mistura sai o que o Dream Theater é.
Folha - Apesar do som pesado, a banda não tem postura de "rock star". Isso é proposital?
Rudess - Somos um grupo de músicos capazes de tocar qualquer coisa que tenhamos em mente. Podemos tocar heavy metal muito pesado, fusion, rock progressivo, baladas e até mesmo música clássica. Não estamos fingindo ser algo que não somos. Tenho a impressão de que muitos grupos de metal usam a imagem e o marketing para compensar o fato de não saberem tocar bem. Temos muita confiança em quem somos, na música que criamos, na nossa competência e na nossa capacidade.
Folha - Isso responde à crítica de que o grupo é técnico e sem sentimento?
Rudess - Tocamos músicas que a maioria das bandas de rock do mundo não consegue tocar. Às vezes nossa música pode ficar muito complexa em relação à variação de compasso, velocidade e quantidade de notas tocadas, mas ela pode ser complexa, melódica e lenta também. Nem toda música que tocamos é rápida ou pesada, mas ela é sempre fruto de muito trabalho, muita técnica e inclui uma forte dose de sentimento, como uma peça clássica, que tem milhões de componentes técnicos.
Folha - Há a intenção de soar difícil quando as músicas são compostas?
Rudess - Não exatamente. O estilo evolui naturalmente. Procuramos um único lugar para colocar nossas diferentes influências, criando algo legal, misturando essas cinco mentes diferentes. Não procuramos simplesmente mostrar nossa habilidade.

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