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São Paulo, segunda-feira, 29 de setembro de 2003

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ESPORTE

Escola diversifica a educação física com aulas de mergulho

Aprendendo até debaixo d'água

DA REPORTAGEM LOCAL

É na quinta série que geralmente o mundo maravilhoso da educação física se abre. Aí é um bimestre para o futebol de salão, um para o vôlei, outro para o handebol e mais um para o basquete. Tudo é alegria, e quase tudo é novidade.
O problema é que vêm a sexta, a sétima e a oitava séries com exatamente a mesma programação, e o cansaço na maioria dos alunos aparece antes do aquecimento.
O que fazer? Dar-lhes um banho de água fria? Não, a água vai até estar aquecida. O colégio Assunção, em São Paulo, começou com uma atitude que vem dando certo: aulas de mergulho na educação física. Lá, as aulas de natação já eram comuns no ensino fundamental. "Para não cansar os alunos, que já sabiam bem como nadar os quatro estilos clássicos, implementamos a aula de mergulho", explica o coordenador de educação física da escola, Marcus Arrym.
"Mergulho é muito mais legal porque é totalmente diferente do que a gente fazia antes. Jogar bola a gente pode em qualquer outro lugar", defende Marcelo Yasaki, 16, estudante do segundo ano do ensino médio.
Marcelo, que faz as aulas desde o ano passado, já chegou a mergulhar em mar aberto. "Fui para Maragogi, uma praia no litoral de Alagoas, e tive uma aula de mergulho lá. Foi muito bacana porque deu para ver alguns animais marinhos", diz ele.
Como mais um estímulo à frequência às aulas, há, no fim do ano, uma viagem para Angra dos Reis (RJ), onde os alunos que estão fazendo as aulas de mergulho pela primeira vez são "batizados".
"Muita gente começa a vir às aulas por causa da viagem, mas acaba gostando mesmo", admite o coordenador Arrym.
Outros, como a aluna do segundo ano do ensino médio Elis Mayara Moreira, 16, aposta no relaxamento para fazer o esporte. "O treinamento do mergulho não é tão rígido. Mas dá para perceber bem mais rápido quem está praticando e quem está enrolando", avalia.

Interdisciplinaridade
A escola decidiu que uma forma de tornar as aulas mais interessantes era inserir nelas o palavrão "interdisciplinaridade". "A gente começou a estudar umas questões de física ligadas à pressão, então o professor pediu que a gente explicasse dando como exemplo as relações com o mergulho", ensina Clara Moniz de Abreu, 16, também do segundo ano do ensino médio.
Na aguardada viagem de fim de ano, nem tudo é passeio. Os instrutores aproveitam para passar conhecimentos não só de física mas também de história e de geografia da área em que se vai praticar o mergulho. Com a experiência, descobre-se que o uso do "snorkel", da máscara e da nadadeira leva o estudante a se aprofundar muito mais do que o esperado. (RICARDO LISBÔA)

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