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ESPORTE
Escola diversifica a educação física com aulas de mergulho
Aprendendo até debaixo d'água
DA REPORTAGEM LOCAL
É na quinta série que geralmente o
mundo maravilhoso da educação física se abre. Aí é um bimestre
para o futebol de salão, um para o
vôlei, outro para o handebol e mais
um para o basquete. Tudo é alegria,
e quase tudo é novidade.
O problema é que vêm a sexta, a
sétima e a oitava séries com exatamente a mesma programação, e o
cansaço na maioria dos alunos
aparece antes do aquecimento.
O que fazer? Dar-lhes um banho
de água fria? Não, a água vai até estar aquecida. O colégio Assunção,
em São Paulo, começou com uma
atitude que vem dando certo: aulas
de mergulho na educação física.
Lá, as aulas de natação já eram comuns no ensino fundamental. "Para não cansar os alunos, que já sabiam bem como nadar os quatro
estilos clássicos, implementamos a
aula de mergulho", explica o coordenador de educação física da escola, Marcus Arrym.
"Mergulho é muito mais legal
porque é totalmente diferente do
que a gente fazia antes. Jogar bola a
gente pode em qualquer outro lugar", defende Marcelo Yasaki, 16,
estudante do segundo ano do ensino médio.
Marcelo, que faz as aulas desde o
ano passado, já chegou a mergulhar em mar aberto. "Fui para Maragogi, uma praia no litoral de Alagoas, e tive uma aula de mergulho
lá. Foi muito bacana porque deu
para ver alguns animais marinhos", diz ele.
Como mais um estímulo à frequência às aulas, há, no fim do ano,
uma viagem para Angra dos Reis
(RJ), onde os alunos que estão fazendo as aulas de mergulho pela
primeira vez são "batizados".
"Muita gente começa a vir às aulas por causa da viagem, mas acaba
gostando mesmo", admite o coordenador Arrym.
Outros, como a aluna do segundo ano do ensino médio Elis Mayara Moreira, 16, aposta no relaxamento para fazer o esporte. "O treinamento do mergulho não é tão rígido. Mas dá para perceber bem
mais rápido quem está praticando
e quem está enrolando", avalia.
Interdisciplinaridade
A escola decidiu que uma forma
de tornar as aulas mais interessantes era inserir nelas o palavrão "interdisciplinaridade". "A gente começou a estudar umas questões de
física ligadas à pressão, então o professor pediu que a gente explicasse
dando como exemplo as relações
com o mergulho", ensina Clara
Moniz de Abreu, 16, também do segundo ano do ensino médio.
Na aguardada viagem de fim de
ano, nem tudo é passeio. Os instrutores aproveitam para passar conhecimentos não só de física mas
também de história e de geografia
da área em que se vai praticar o
mergulho. Com a experiência, descobre-se que o uso do "snorkel", da
máscara e da nadadeira leva o estudante a se aprofundar muito mais
do que o esperado.
(RICARDO LISBÔA)
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