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Álvaro Pereira Júnior - cby2k@uol.com.br
Revistas morrem, revistas crescem
CHEGA DE Radiohead, então? Beleza, vamos falar de revistas. Das que morrem e
das que crescem. Revista de papel, lembra? A que morre é a "Blender", de Nova York,
para o público de 18 a 34 anos. Fechou nesta semana. Segundo o diário de economia "The
Wall Street Journal", os anúncios caíram 31%
em um ano. Se você já dirigiu uma revista, ou
um jornal, ou um programa de rádio ou TV que
acabou, e se você achava
que a culpa era sua, o fim
da "Blender" veio aliviar
sua consciência.
Porque a "Blender" era
a revista de música mais
bem editada do mundo.
Tinha a fórmula precisa:
na capa, alguém (de preferência mulher) com pouca roupa e muito apelo
popular. Britney, Christina Aguilera, Kelly Clarkson etc.
Mas, dentro, era biscoito fino. Gente das antigas
-tipo David Fricke e Ann
Powers- misturada à novíssima geração. Reportagens sempre ultracriativas, textos curtos, bem-humorados, direto ao
ponto. E uma diagramação que não deixava espaço morto. Em qualquer
canto esquecido de uma
página, eles encaixavam
uma fotinho com uma legenda engraçada, um microtexto sacana.
Pois essa revista, vale
repetir, a mais bem editada do mundo no gênero
musical, foi para o espaço.
Agora, uma revista cuja circulação está aumentando.
É a "Word", inglesa, que trata de música, cinema e literatura para leitores acima de 35 anos. Não é excepcionalmente bem editada. Mas é minha revista preferida, pelo
conteúdo. São caras mais velhos que acompanham bem
de perto tudo o que acontece, sem embarcar cegamente
no último hype. Atualizados e adultos ao mesmo tempo.
Minha praia. A informação de que a circulação está crescendo veio no editorial da penúltima edição.
O editor, Mark Ellen (ex-chefão da hoje finada "Smash
Hits"), não entrega os números, mas garante que a
"Word" está vendendo mais.
A revista dos moleques morre, a dos tiozinhos cresce.
Deixo as conclusões para você, leitor.
PLAY - "That Beep",
Architecture in Helsinki
Os coroas do A-Ha podem dormir
tranquilos: mesmo sem eles no auge, o
pop perfeito ainda existe!
PAUSE - "Fortress Round My
Heart", Ida Maria
Mais uma dessas coisas que bombam
em Londres e deixam o resto do mundo
a perguntar: por quê?
EJECT - "Organização" do
Radiohead
...só para não dizer que eu não falei da
bagunça vergonhosa, da parte dos
promotores e do poder público, que
foram a entrada e a saída na Chácara do
Jockey.
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