São Paulo, segunda-feira, 30 de março de 2009

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Álvaro Pereira Júnior - cby2k@uol.com.br

Revistas morrem, revistas crescem

CHEGA DE Radiohead, então? Beleza, vamos falar de revistas. Das que morrem e das que crescem. Revista de papel, lembra? A que morre é a "Blender", de Nova York, para o público de 18 a 34 anos. Fechou nesta semana. Segundo o diário de economia "The Wall Street Journal", os anúncios caíram 31% em um ano. Se você já dirigiu uma revista, ou um jornal, ou um programa de rádio ou TV que acabou, e se você achava que a culpa era sua, o fim da "Blender" veio aliviar sua consciência.
Porque a "Blender" era a revista de música mais bem editada do mundo. Tinha a fórmula precisa: na capa, alguém (de preferência mulher) com pouca roupa e muito apelo popular. Britney, Christina Aguilera, Kelly Clarkson etc.
Mas, dentro, era biscoito fino. Gente das antigas -tipo David Fricke e Ann Powers- misturada à novíssima geração. Reportagens sempre ultracriativas, textos curtos, bem-humorados, direto ao ponto. E uma diagramação que não deixava espaço morto. Em qualquer canto esquecido de uma página, eles encaixavam uma fotinho com uma legenda engraçada, um microtexto sacana.
Pois essa revista, vale repetir, a mais bem editada do mundo no gênero musical, foi para o espaço.
Agora, uma revista cuja circulação está aumentando. É a "Word", inglesa, que trata de música, cinema e literatura para leitores acima de 35 anos. Não é excepcionalmente bem editada. Mas é minha revista preferida, pelo conteúdo. São caras mais velhos que acompanham bem de perto tudo o que acontece, sem embarcar cegamente no último hype. Atualizados e adultos ao mesmo tempo. Minha praia. A informação de que a circulação está crescendo veio no editorial da penúltima edição.
O editor, Mark Ellen (ex-chefão da hoje finada "Smash Hits"), não entrega os números, mas garante que a "Word" está vendendo mais.
A revista dos moleques morre, a dos tiozinhos cresce. Deixo as conclusões para você, leitor.

PLAY - "That Beep", Architecture in Helsinki Os coroas do A-Ha podem dormir tranquilos: mesmo sem eles no auge, o pop perfeito ainda existe!

PAUSE - "Fortress Round My Heart", Ida Maria Mais uma dessas coisas que bombam em Londres e deixam o resto do mundo a perguntar: por quê?

EJECT - "Organização" do Radiohead ...só para não dizer que eu não falei da bagunça vergonhosa, da parte dos promotores e do poder público, que foram a entrada e a saída na Chácara do Jockey.



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