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Álvaro Pereira Júnior - cby2k@uol.com.br
Importante mesmo era Rogério Duprat
HOJE O Brasil tem um novo presidente,
mas o que me interessa mesmo não
aconteceu ontem, e sim quinta-feira
passada: a morte de um brasileiro genial, o
maestro Rogério Duprat, aos 74 anos.
Eu ainda era criança quando Duprat, Mutantes e um grupo de jovens baianos viraram a
música brasileira de cabeça para baixo.
Se os amantes da música então tida como séria desprezavam as canções populares, o maestro
Duprat, de sólida formação clássica, ignorou esse
preconceito e deu base orquestral às loucuras tropicalistas. Não havia mais
fronteira entre bom e
mau gosto, entre popular
e erudito, entre poesia e
deboche.
Eram jovens que olhavam para o mundo, cosmopolitas, inconformados. Ouvir o disco "Tropicália", ainda hoje, transmite uma sensação de inquietude que talvez nunca mais tenha se repetido
na música brasileira, mesmo em outros de seus
pontos de inflexão, como
os Secos e Molhados e o
Sepultura.
É triste ver como se diluiu, anos depois, toda essa vontade de mudar.
Uma das vertentes baianas transformou-se em
"establishment", arvorou-se o título de parâmetro absoluto do que pode
ou não pode na MPB. Se
algum novo talento surge,
tem de beijar a mão do padrinho. Melhor ainda se
cantar com os mesmos
maneirismos do senhor
intocável, reproduzir o
timbre dele, compuser
com a mesma temática,
(sempre voltada às questões "brasileiras").
Pelo que sei, Rogério Duprat havia muito mantinha-se
afastado da produção musical. Não sei como seu espírito
inquieto se sentiria nesse lamaçal morno e conformista
em que se transformaram o Brasil, hoje com "novo" presidente, e a música popular brasileira.
CD PLAYER
PLAY: WWW.TVUNETWORKS.COM///
Recomendei semana passada,
repito: TVs de todo o mundo, no seu
computador. Sensacional.
Aproveite enquanto dura.
PAUSE: "BEST STOP SHOP", THE
OOLAHS///
O som "shoegazer" inglês dos anos
90 ressuscitou nesse grupo
americano. Um pause quase play.
EJECT: ROGER WATERS NO BRASIL///
Quem ainda precisa de Pink Floyd?
Sim, eu sei, milhões ainda
precisam. Eu, não.
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