São Paulo, segunda-feira, 31 de maio de 2004

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Balão

Nada de balões

DIEGO ASSIS
ENVIADO ESPECIAL A RECIFE

Meninos, eu vi. A desenhista francesa perguntava à tradutora: "O que ele quer dizer com isso?". Pacientemente, a outra respondia. Às vezes, só tentava. Eram gírias tão herméticas que nem brasileiro entenderia. Do outro lado, o americano defendia: "Não posso avaliar um jogo de palavras se ele não faz sentido na minha língua". Mesmo com desenhos legais, lá se ia a chance de esse e aquele outro trabalhos (bons) se darem bem no 6º Festival Internacional de Humor e Quadrinhos de Pernambuco.
Os prediletos: "Aleluia", de Luciano Félix, e "O Cuspidor de Sementes", de Jarbas Domingos. Premiado com a láurea máxima, o trabalho de Félix consiste em três páginas de quadrinho "silencioso" e, o que é melhor, ambientado em uma sessão de exorcismo! (Não dá para "ouvir" os sons na sua cabeça? Pois é...).
Numa disputa acirradíssima, "O Cuspidor de Sementes" também não deu um pio, mas acabou levando menção honrosa. Os jurados foram unânimes. Outros tentaram, mas os dois, não por acaso pernambucanos e vacinados de outros festivais, acertaram a fórmula da universalidade -pelo menos para os quadrinhos em salões e competições internacionais. Nada de balões. Moral da história: entraram mudos, saíram premiados.


O jornalista Diego Assis viajou a convite do 6º Festival Internacional de Humor e Quadrinhos de Pernambuco

balao@folha.com.br


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