|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Rádios comunitárias também reclamam das rádios piratas
Marlene Bergamo/ Folha Imagem
|
Lobão participou de uma entrevista em rádio comunitária de Heliópolis |
MARCIO FURUNO
ESPECIAL PARA FOLHA
A pesar de existir, desde fevereiro de 1998, uma lei federal que regulamenta a radiodifusão comunitária, essas emissoras continuam na
mira das autoridades, que ainda parecem confundir rádios comunitárias e livres com as rádios piratas. "Não há vontade política de cumprir
a lei, porque ela fere interesses de grandes grupos", observa Chico Lobo, que milita há 15 anos na radiodifusão comunitária.
Chico explica que as rádios livres e comunitárias operam sem fins lucrativos. As livres são segmentadas. "Pode ser uma rádio que toque só
rock, reggae ou rap", diz. As comunitárias devem prestar serviços e
oferecer uma programação plural a uma determinada comunidade.
Tanto as livres quanto as comunitárias operam com transmissão de
até 25 W de potência. Não é o caso das rádios piratas que, para Chico,
buscam exclusivamente o lucro e, em alguns casos, operam com potência bem superior a 25 W.
Segundo ele, as rádios comunitárias e livres não causam interferência nas telecomunicações, como reclamam alguns opositores da radiodifusão livre. "Se juntarmos 500 rádios, a potência delas daria a metade
da potência de uma rádio convencional", observa.
Já Edson Amaral, da Abraço-SP (Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária), acredita que, só no Estado de São Paulo, existam entre 2.000 e 3.000 rádios clandestinas. Desse número, 20% são comunitárias. A associação reúne cerca de cem rádios da capital e do interior.
Amaral explica que, dependendo da localização em São Paulo, uma rádio de 25 W de potência consegue ser ouvida por 25 mil a 30 mil pessoas. Ele observa que muitas pessoas desvirtuaram a radiodifusão comunitária. "Muita gente quer levar vantagem e ganhar dinheiro", diz.
O fato de políticos controlarem 2.000 rádios piratas no Brasil, como
noticiou a Folha há um mês, não ajuda muito.
Texto Anterior: Capa: Fora de sintonia Próximo Texto: Cartas: Leitor diz que trocaria Gisele Bündchen por "02 Neurônio", e cariocas reagem à coluna do Álvaro Índice
|