São Paulo, segunda-feira, 31 de julho de 2000


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Rádios comunitárias também reclamam das rádios piratas
Marlene Bergamo/ Folha Imagem
Lobão participou de uma entrevista em rádio comunitária de Heliópolis


MARCIO FURUNO

ESPECIAL PARA FOLHA

A pesar de existir, desde fevereiro de 1998, uma lei federal que regulamenta a radiodifusão comunitária, essas emissoras continuam na mira das autoridades, que ainda parecem confundir rádios comunitárias e livres com as rádios piratas. "Não há vontade política de cumprir a lei, porque ela fere interesses de grandes grupos", observa Chico Lobo, que milita há 15 anos na radiodifusão comunitária.
Chico explica que as rádios livres e comunitárias operam sem fins lucrativos. As livres são segmentadas. "Pode ser uma rádio que toque só rock, reggae ou rap", diz. As comunitárias devem prestar serviços e oferecer uma programação plural a uma determinada comunidade. Tanto as livres quanto as comunitárias operam com transmissão de até 25 W de potência. Não é o caso das rádios piratas que, para Chico, buscam exclusivamente o lucro e, em alguns casos, operam com potência bem superior a 25 W.
Segundo ele, as rádios comunitárias e livres não causam interferência nas telecomunicações, como reclamam alguns opositores da radiodifusão livre. "Se juntarmos 500 rádios, a potência delas daria a metade da potência de uma rádio convencional", observa.
Já Edson Amaral, da Abraço-SP (Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária), acredita que, só no Estado de São Paulo, existam entre 2.000 e 3.000 rádios clandestinas. Desse número, 20% são comunitárias. A associação reúne cerca de cem rádios da capital e do interior. Amaral explica que, dependendo da localização em São Paulo, uma rádio de 25 W de potência consegue ser ouvida por 25 mil a 30 mil pessoas. Ele observa que muitas pessoas desvirtuaram a radiodifusão comunitária. "Muita gente quer levar vantagem e ganhar dinheiro", diz. O fato de políticos controlarem 2.000 rádios piratas no Brasil, como noticiou a Folha há um mês, não ajuda muito.



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