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SAINDO DO FORNO
Disco de Suba sai no Brasil
O músico, morto em 99, gravou em disco seu amor por SP
CLAUDIA ASSEF
DA REPORTAGEM LOCAL
D izer que São Paulo é uma cidade horrível é tão comum que pouca gente se digna de dizer o contrário.
Não era o caso do músico e produtor iugoslavo Mitar
Subotic, o Suba, morto em 99 num incêndio no apartamento em que morava, no centro da cidade. Ele dizia
que Sampa tinha o melhor de Nova York, Londres e Paris submerso num clima de "Blade Runner".
Agora chega ao país a sua maior declaração de amor à
metrópole, o disco "São Paulo Confessions". Lançado
em 99 no Japão e na Europa e em março nos EUA, o CD
virou hype lá fora; beira as 50 mil cópias vendidas.
O disco sai no Brasil pelo Instituto Suba (www.su
ba.com.br), organização sem fins lucrativos criada com
o intuito de manter viva a memória do músico e colocar
a cultura à disposição de serviços sociais. "Só lançar o
CD seria pouco comparado ao que o Suba fez por tantos
artistas no Brasil", diz o diretor do instituto, o músico
Edson Natale. Quando morreu, Suba morava em São
Paulo havia dez anos. Durante esse período, produziu
CDs de Edgard Scandurra, Marina Lima, Arnaldo Antunes, Mestre Ambrósio e Bebel Gilberto, entre outros.
"SP Confessions", único disco sob assinatura solo de
Suba, mistura elementos de música eletrônica, bossa
nova, batucada e "muitos barulhinhos típicos do Suba",
como lembra a cantora Cibelle, 22, que canta em três
faixas do CD. A percussão que se ouve ao longo do disco
é de João Parahyba, um dos melhores amigos de Suba
no Brasil. Há ainda participações de Edgard Scandurra,
Frejat, Taciana (ex-mulher de Suba) e Arnaldo Antunes. "Ele conseguia dar roupagem moderna a qualquer
música", elogia Taciana. É ouvir e comprovar.
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