Folha de S.Paulo

Quebra-cabeça com Rosely Sayão

Posso ficar sem fazer nada?

"Ô, mãe, o que eu faço?". Você conhece bem essa frase, não conhece? E garanto que já falou isso para sua mãe ou para seu pai muitas vezes. Há outras parecidas: "Qual programa vamos fazer hoje?" e "Não tenho nada para fazer, que chato!" são dois exemplos, mas tenho certeza de que já usou outras frases semelhantes a essas alguma vez.

Já percebeu que quase todos os dias (ou pelo menos em uma boa parte dos dias) é preciso fazer coisas que a gente não escolhe?

A escola é um exemplo --e ela ocupa bem o seu tempo, não é verdade? Ir à escola não é uma escolha sua e pode até ser que você não ache importante agora. Mas, um dia, quando crescer, vai ver que foi importante estudar no colégio. Mas, de qualquer modo, não foi um escolha sua.

Há outras coisas que seus pais escolhem para você: algumas aulas fora do horário escolar ou pequenas tarefas domésticas, por exemplo.

E vamos falar a verdade: muitas vezes, é bem chato ter de ouvir "Está na hora de ir para a escola", "Precisa ir tomar banho agora", "Pare de brincar com esse jogo", "Leve seu prato para a pia" etc.

Aí, justo na hora que surge um tempo livre, sem nenhuma responsabilidade ou obrigação, em que você pode escolher se quer ou não fazer alguma coisa, sua ideia é logo perguntar a seus pais o que fazer?

Não precisa!

Você deve curtir muito esse momento ou esse dia, porque ele é só seu. Ninguém precisa se intrometer.

É possível ficar sem fazer nada até descobrir o que quer, até pensar no que gostaria de fazer ou também experimentar algumas coisas diferentes, que nunca tinha imaginado, para saber se curte ou não.

Isso é muito complicado? Só no começo, porque a gente se acostumou a fazer, o tempo todo, o que os outros nos dizem.

Mudar só é difícil até você se conhecer um pouco melhor. Aí, só melhora!

frases

"Antes eu perguntava para os meus pais o que fazer, mas agora eu já tenho várias opções. Gosto de jogar bola, videogame e brincar com a minha cadela."
VITOR, 9

"Li a última coluna da Rosely. Tenho uma irmã de 3 anos e é ela quem briga comigo. Não por ciúme, e sim porque ela ainda está em uma fase de aprendizagem."
SOFIA, 9