São Paulo, sábado, 2 de março de 2013

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Negócio da China

Cresce a procura por cursos de mandarim para crianças, oferecidos até por colégios tradicionais

LOUISE SOARES
BEATRIZ IZUMINO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Só inglês? Que nada! Muitas crianças estão aprendendo uma língua bem diferente: o mandarim, falado na China.
Colégios tradicionais como o Dante Alighieri e o colégio de São Bento, em São Paulo, oferecem cursos optativos. Escolas especializadas, como a Mandarim, viram a procura por vagas para crianças dobrar desde o começo deste ano.
A China está se tornando cada vez mais importante para a economia mundial e essa é uma das razões pelas quais os pais investem no ensino da língua para os seus filhos.
Segundo Liang Yan, vice-diretora do Chinbra, um centro de cultura chinesa, "falar um pouco da língua e conhecer um pouco da cultura ajudam muito na hora de fechar um negócio" com chineses.
O mandarim parece bem difícil, mas a infância é a melhor fase para aprender idiomas. "Cada ideograma [símbolo usado na escrita do mandarim] representa uma imagem, o que facilita para crianças", diz Silvia Becher, diretora do Instituto Confucius, de cultura chinesa, da PUC-Rio.
Começar cedo também é bom para a pronúncia. "Não pode falar com sotaque, tem que fazer o som direitinho", diz a professora Sun Bing, do colégio de São Bento (São Paulo).
Para João Dalvi De Gasperi, 7, aluno de Sun Bing, a língua é "mais ou menos difícil". Seu colega, Gustavo Dreger Lam, 10, recomenda o aprendizado para conhecidos: "Minha prima e meu amigo também começaram as aulas".
Quando tinha três anos, Ana Carolina Monteiro, 11, abriu um buraco no quintal de casa. Queria cavar até chegar ao outro lado do mundo, à China. Ela estuda mandarim há três anos e se comunica com facilidade. Consegue até ver filmes chineses sem legenda.

CHINÊS AOS SÁBADOS
O colégio de São Bento (São Paulo) oferece aulas de mandarim para crianças -mesmo para as que estudam em outras escolas. João Dalvi de Gasperi, 7, e Gustavo Dreger Lam, 10, fazem o curso aos sábados. "É legal aprender a fazer essas letras diferentes", diz João. Gustavo, filho de uma brasileira com um chinês, estuda a língua há três anos e usa o que já aprendeu para conversar com o pai.

TRAVA-LÍNGUA
Lixing Huang, 8, nasceu na China, mas mora no Brasil. Ao falar português, capricha na letra R, que não existe em chinês. "Arroz com feijão e frango", diz, sobre sua comida favorita. Já a carioca Ana Carolina, 11, estuda mandarim porque adora a cultura chinesa.



POR QUE APRENDER MANDARIM?

- É a língua oficial da China. No país, são faladas outras seis línguas, mas o mandarim é a mais popular de todas.

- Economistas acreditam que a China será cada vez mais importante para a economia mundial; para os outros países, interessa conquistar os compradores chineses. No primeiro semestre de 2012, por exemplo, a China foi o país que mais comprou produtos brasileiros.

- A China é o país mais populoso do mundo: cerca de 1,3 bilhão de habitantes (quase sete vezes a população do Brasil). A cada cinco pessoas no mundo, uma é chinesa.

- O Brasil vende para a China minérios, petróleo e soja, principalmente, e compra peças para aparelhos eletrônicos, como computadores, TVs e celulares.

- A China é o terceiro maior país do mundo e um dos mais ricos. É o maior exportador (vendedor de produtos para outros países).

RESUMINDO
Quem falar mandarim poderá ter mais facilidade para negociar com os chineses.

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Em censuralivre.blogfolha.uol.com.br, leia sobre `Nenhum a Menos', filme chinês que mostra crianças aprendendo mandarim

FÁCIL OU DIFÍCIL?

As palavras podem ser escritas em ideogramas (espécie de desenho, como abaixo) ou com alfabeto romano (o mesmo do português).
Ideogramas representam ideias ou objetos. Um ideograma pode ser traduzido em mais de uma palavra; para saber o significado é preciso entender o contexto.
Palavras em alfabeto romano podem representar mais de um ideograma; acentuação e pronúncia (modo de falar) mostram significados; exemplo: "ma" é mãe, "má" quer dizer linho e "mà" significa xingar.

ONDE APRENDER

Cursos em São Paulo

Chinbra
r. Domingos de Morais 770, bl. 4, conj 1; tel. 3675-6898; R$ 1.248 o semestre, nível básico (mais matrícula e material), 1h30 por semana.

Colégio de São Bento
Largo de São Bento, s/n.; tel. 3328-8799; R$ 650 mensais por 15h semanais ou R$ 240 mensais só aos sábados; o valor inclui outras atividades, como aulas de reforço.

Escola Mandarim
r. Haddock Lobo, 337; tel. 3129-9520; R$ 500 mensais, em média, carga horária variada.

Instituto Confúcio
r. Dom Luiz Lasanha, 400; tel. 2066-5950; R$ 600 o semestre, 3h por semana; alunos de escola pública de 11 a 17 anos têm bolsa.

Instituto Mandarim Yuan De
r. Joaquim Távora, 1.374; tel. 5572-0379; R$ 200 mensais (mais material e matrícula).

Lótus Idiomas
Várias unidades

(lotusidiomas.com.br); tel. 5549-2890; a partir de R$ 217 mensais.

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