São Paulo, sábado, 2 de março de 2013

CAFUNÉ

Adeus, minhocas

CLARICE REICHSTUL
COLUNISTA DA FOLHA

Por causa das chuvas, em alguns vasos daqui de casa, o dreno (aquele caninho para a água sair) tem ficado entupido. Com isso, a água transborda.
No caso da bananeira anã (ela é assim porque nunca cresceu muito, talvez por estar num vaso), foi um cataclismo. Depois da última chuva, tive que tirar a água do vaso com um copinho, com medo de ele virar uma piscina para o mosquito da dengue.
Para a minha surpresa e grande tristeza, em meio à água do vaso, boiavam uns cordõezinhos brancos. A princípio, imaginei que fossem pedaços de raízes que apodreceram e apareceram boiando na superfície. Mas, olhando de perto, vi que eram minhocas.
Todas as minhocas do nosso vaso morreram afogadas! Não sou muito sentimental com esse tipo de bicho, mas dessa vez fui.
Fiquei pensando em como as minhocas cuidam da terra, como a gente não tem noção do que se passa sob os nossos pés. Será que existem centenas de milhões de minhocas? Será que há minhocas no mundo inteiro? Será que elas cumprem a mesma função em todos os hemisférios? Será que elas existem desde a época dos dinossauros?
Com cuidado, fui tirando as minhocas afogadas da água do vaso da bananeira. No vaso vizinho, da babosa, abri uma pequena cova na terra e enterrei as bichinhas lá.
Descansem em paz, minhocas, vou cuidar para que o vaso não inunde mais da próxima vez.

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