São Paulo, sábado, 3 de março de 2012

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Ciência numa fria

Após incêndio de base brasileira na Antártida, vem a pergunta: vale a pena o Brasil fazer pesquisa na terra do gelo?

Toni Pires/Folhapress
Pesquisador coleta pedra para estudo perto da Estação Antártica Comandante Ferraz

CLAUDIO ANGELO
DE BRASÍLIA

No último sábado, duas pessoas morreram ao tentar apagar um incêndio na estação Comandante Ferraz, base brasileira na Antártida, que ficou quase totalmente destruída.
Isso levou muita gente a se perguntar se vale a pena o Brasil, país tropical, se arriscar a fazer ciência em lugar tão distante e diferente.
Vale, sim. O clima no Brasil depende de massas de ar que se formam no oceano em volta do continente gelado. Entender como se comporta o ar polar é fundamental para a nossa agricultura, ou seja, para plantar alimentos. Cientistas também vão para a Antártida estudar bichos e plantas que só existem ali.
É o caso dos pinguins. Sim, são fofos e estudá-los, por si só, já seria fascinante. Mas biólogos têm outro motivo para passar meses coletando sangue dessas aves nervosinhas: ninhos de pinguins podem ser um lugar para o nascimento de alguns tipos de vírus de gripe, que seriam trazidos para o Brasil por outras aves.
A ciência polar brasileira valeria o risco se servisse só para aumentar o conhecimento. Mas também faz bem em vários outros aspectos da nossa vida.

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