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Agenda lotada Na volta às aulas, muitas crianças enfrentam uma maratona de cursos extras; isso é bom ou ruim? CLARISSA FALBO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Da natação para o balé, do caratê para o tênis, do inglês para o piano, de olho no relógio. E sem descuidar da lição de casa! Com a volta às aulas, vem uma agenda de cursos muitas vezes puxada. Sobra tempo para brincar? E para ficar sem fazer nada? A "Folhinha" perguntou a educadores e pedagogos qual é o limite dessa maratona. Uma dica é essencial: cada criança tem seu ritmo e ele deve ser respeitado. Tiago Bovo, 10, faz inglês, espanhol, piano, tênis e caratê. Às terças, faz lição de casa na biblioteca do clube, entre o tênis e o caratê. Só as tardes de sexta são livres. E ele quer mais: "Quero arrumar espaço na agenda para o tai chi chuan (mistura de exercício e meditação)." Gosta dos cursos, mas diz já ter tido dificuldade para dar conta da lição de casa. PARADONA Luna Bauer, 11, fica livre de segunda a quarta. Às quintas faz escola de esportes e às sextas, inglês. Adora ter tempo para brincar mas, às vezes, conta, se sente "paradona". A consultora em educação Andrea Ramal acha que a criança não deve ter cursos extras até os seis anos. A partir dos sete, pode ter três, com um dia da semana livre. "Pode ser um voltado à formação, como inglês, um artístico, para desenvolver a sensibilidade, e algum esporte, para noção de equipe e regras." A psicopedagoga Irene Maluf diz que "os cursos devem ser um complemento da educação e não só uma forma de ocupar crianças". Afirma ser importante deixar tempo livre para compromissos eventuais, como ir ao dentista. E, claro, para brincar! SERÁ QUE É DEMAIS? Como saber se a agenda das crianças precisa de ajustes* DICAS PARA OS PAIS RITMO Deve-se respeitar o ritmo da criança. As mais dinâmicas normalmente se dão bem com mais atividades; já as mais tranquilas podem não querer tanto agito DICAS PARA AS CRIANÇAS PREGUICINHA É normal sentir preguiça na hora de parar de brincar para ir aos cursos. Se a preguiça der lugar à diversão quando a atividade começar, tudo certo. Mas, se não houver alegria, é hora de rever a agenda com a família. ISSO OU AQUILO? As crianças podem participar da escolha da atividade nova. É bom se informar antes de se matricular e não vale desistir na primeira dificuldade, hein? (*) Fonte: Quézia Bombonatto, presidente da Associação Brasileira de Psicopedagogia Texto Anterior | Próximo Texto | Índice |
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