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capa Começa! Começa! Começa!
Saiba quem faz a alegria da garotada
(e dos pais) nos teatros paulistanos
O teatro para crianças em São Paulo cresceu -deixou de ser "teatrinho". Com estreias semanais e grupos com jeitões próprios de contar histórias, a plateia infantil tem diversão garantida nos palcos.
Recreio
No teatro infantil, há trupes que seguem a antiga tradição de companhias familiares. É o caso da Cia. Ópera na Mala, formada por Cris Miguel e Sérgio Serrano, que se conheceram no circo, de cara pintada. Os dois fazem tudo -escolhem as histórias, escrevem os diálogos, compõem as músicas, interpretam os personagens. Tocam ainda instrumentos diferentões, como harpa celta. A dupla também é habilidosa em interagir com a plateia. E já fizeram isso até em Sarajevo, quando decoraram o texto para falar em bósnio. Claro, as crianças riam e corrigiam a pronúncia dos atores, a deixa perfeita para as brincadeiras. CIA. ÓPERA NA MALA ESPETÁCULOS "Os Fantasmas da Ópera" (1999); "As Joias de Krishna" (2002); "Raimundo e a Menor Banda do Mundo" (2007); "O Buda e a Baleia" (2011) CARACTERÍSTICAS Canções inspiradas e ótima interação da dupla com as crianças ESTREIA Acabaram de estrear "Gepeto" Mentirinhas "Uma mentira contada com boas intenções." O diretor Beto Andreetta explica ser esse o significado do nome da companhia Pia Fraus, que vem do latim. As "mentiras" contadas pelo grupo já rodaram a Espanha, a Índia, a Bolívia, a Eslovênia e o Timor Leste. Os bonecos infláveis -girafas, elefantes e onças- são a marca da companhia. Mas há ainda bonecos construídos com palhas e cabaças. São feitos também de surpresa: uma tartaruga gigante, por exemplo, pode virar uma oca, uma floresta e um ninho. PIA FRAUS ESPETÁCULOS "Gigantes de Ar" (1996); "As Aventuras de Bambolina" (2008); "Filhotes da Amazônia" (2009) CARACTERÍSTICAS Peças com bonecos atraentes que dançam nas mãos do elenco ESTREIA Nenhuma prevista Brincadeira Saber brincar é o segredo do trabalho de Claudio Saltini, da Cia. Circo de Bonecos. "Como as crianças, imaginamos que três caixinhas de fósforos formam um trem e que a almofada é um bicho narigudo", diz. A companhia mistura mágica, dança, palhaçada, acrobacia e bonecos em peças que arrancam gargalhadas da plateia. Os bonecos, feitos com objetos inusitados, ganham características próprias, com voz e trejeitos. Quem os movimenta é o "ator-manipulador". "Mas quem dá vida a esses bonecos é a imaginação do espectador", conta Saltini. CIA. CIRCO DE BONECOS ESPETÁCULOS "Circo de Bonecos" (2008); "Circo de Pulgas" (2010) CARACTERÍSTICAS Mistura manipulação de bonecos e objetos com a arte do circo ESTREIA "Coisas de Circo", prevista para este ano Gargalhada Carla Candiotto e Alexandra Golik botam o reino dos contos de fadas de ponta cabeça. Elas se conheceram em Paris e lá resolveram criar a companhia Le Plat du Jour, que significa "o prato do dia", em francês. "A gente achou legal porque todos os restaurantes franceses tinham o nosso nome!", brinca Alexandra. Em suas peças, os Três Porquinhos já viraram açougueiros, e Alice, aquela do País das Maravilhas, ganhou ares circenses. CIA. LE PLAT DU JOUR ESPETÁCULOS "Chapeuzinho Vermelho" (2001); "Os Três Porquinhos" (2003); "Pinóquio" (2009) CARACTERÍSTICAS Adaptações divertidas também para os pais ESTREIA Planejam uma versão de Rapunzel Afinados Comandar uma trupe de atores é uma tarefa e tanto. E quem tem esse papel na Cia. da Revista é o diretor Kléber Montanheiro. Com o projeto Clássicos para Menores, a companhia já adaptou histórias de dramaturgos (autores de peças) como o francês Molière (1622-1673) e o inglês Shakespeare (1564-1616) para a criançada. E foi premiada com a montagem "A Odisseia de Arlequino" (2009), com um elenco para lá de afinado. Montanheiro conta que a função do diretor é justamente estimular os atores a dominar a situação no palco. "Assim, eles criam um compromisso com o público. Quando isso ocorre, a gente percebe na plateia, pois ela não consegue tirar os olhos da cena", diz. CIA. DA REVISTA ESPETÁCULOS "O Rouxinol" (2002); "O Doente Imaginário" (2007); "Sonho de Uma Noite de Verão" (2008); "Cada Qual no Seu Barril" (2011) CARACTERÍSTICAS Espetáculos com elenco talentoso e figurinos inventivos ESTREIA Nenhuma prevista Palhaçada A companhia Vagalum Tum Tum traz o nome de uma brincadeira de infância do diretor Angelo Brandini, o palhaço Dr. Zorinho, do grupo do Doutores da Alegria. "Era um canto que usávamos lá na cidade de Paracatu [MG], onde nasci, para atrair vaga-lumes nas noites quentes." Dos tempos de menino, ele trouxe também o jeito meio do avesso de olhar as coisas. Diz que é assim também o olhar do palhaço, figura que inspira as adaptações de clássicos. "Só conto as histórias como se fosse um palhaço ou uma criança, que pensam do mesmo jeito", afirma. CIA. VAGALUM TUM TUM ESPETÁCULOS "Othelito" (2007); "Senhor Dodói" (2008); "O Bobo do Rei" (2010); "O Príncipe da Dinamarca" (2011) CARACTERÍSTICAS Adaptações inusitadas ESTREIA Prevê montar "A Megera Domada" ou "Ricardo 3º" (ambos de Shakespeare) Aparecidos No teatro de animação, vale dar vida a bonecos, sombras e objetos. No caso da Cia. Truks, as figuras animadas parecem amigos dos atores-manipuladores. Desde o início, lá nos anos 90, a Truks usa uma técnica de manipulação japonesa chamada "bunraku", em que artistas atuam com capuzes pretos e tentam ficar "invisíveis". Mas eles descobriram um jeito diferente de fazer a manipulação -além de os atores não se esconderem, eles interagem com os bonecos. Isso surgiu por acaso, na peça "A Bruxinha" (1990), quando uma atriz acabou ganhando um beijinho de um boneco. "A plateia fez um longo "ohhhh!", lembra Henrique Sitchin, diretor da companhia. "E essa passou a ser a nossa marca." CIA. TRUKS ESPETÁCULOS "Cidade Azul" (1997); "Vovô" (2002); "Zoo-Ilógico" (2004); "E Se as Histórias Fossem Diferentes" (2008) CARACTERÍSTICAS Manipulação de bonecos e objetos ESTREIAS "Sonhatório", acabou de entrar em cartaz, e "Por Uma Estrela", em setembro Interação Em espetáculos da Kompanhia do Centro da Terra, o público interpreta o papel de herói, e o elenco faz as vezes de coadjuvante. Dirigido por Ricardo Karman, o grupo é cheio de experiências marcadas pela interação. Mas não daquelas em que os pais se encolhem na cadeira para não participar ou as crianças ficam perdidas no palco. Em "O Ilha do Tesouro", pais e filhos viram piratas. Juntos, enfrentam obstáculos na história e no teatro, que vira uma instalação. "O maior desafio é não infantilizar o teatro. Os estereótipos e lugares comuns moram em nós, não nas crianças", diz o diretor. O grupo ganhou neste ano o Prêmio Femsa com "Biliri e o Pote Vazio". KOMPANHIA DO CENTRO DA TERRA ESPETÁCULOS "O Ilha do Tesouro" (2005); "Biliri e o Pote Vazio" (2011) CARACTERÍSTICAS Experiências de interação com a plateia e uso de tecnologias ESTREIA Sem previsão, mas as peças do grupo estão em cartaz no Teatro do Centro da Terra (www.centrodaterra.com.br) Melodia Um grupo de meninas e uma porção de histórias. Esses são ingredientes de As Meninas do Conto, que inovou nos palcos misturando encenação com narração. Há 15 anos, essas atrizes garimpam histórias da tradição oral. Seus espetáculos trazem sempre boas canções entoadas ao vivo, que ajudam a contar a história. A plateia sai do teatro com as músicas grudadas na cabeça. "São melodias simples, mas marcantes", diz a diretora Simone Grande, que vai incluir meninos no elenco, mas numa nova companhia. AS MENINAS DO CONTO ESPETÁCULOS "Por que o Mar Tanto Chora?" (2002); "As Velhas Fiandeiras" (2004); "Papagaio Real" (2005); "Buuuu! A Casa do Bichão" (2008); "Pedro Palerma e Outras Histórias" (2010); "Bruxas, Bruxas... e Mais Bruxas" (2012) CARACTERÍSTICAS Ótimas atrizes e música ao vivo ESTREIA Planejam montar peça com contos caipiras Nos palcos
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