São Paulo, sábado, 13 de novembro de 2010

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Sinal vermelho

Se seu boletim está um desastre, não desista, pois ainda dá tempo de recuperar

LUCIANO BOTTINI FILHO
DE SÃO PAULO

Primeiro dia de aula. Onde os meus amigos foram parar? Espera aí, divisão silábica... eu já vi isso! Redação de férias igualzinha à do ano passado? E a professora de português é a mesma? Isso é o que acontece quando repetimos o ano.
Pensamentos como esse já passaram pela cabeça de Helena Trekein, 12, que neste ano repetiu a quarta série. Os colegas brincam dizendo que ela é muito alta, mas ela não se sente a "vovozinha" da turma. E já fez novos amigos.
Depois da reprovação, a menina resolveu caprichar mais nos estudos. Neste ano, foi aprovada ainda no terceiro bimestre. A mãe gostou tanto do boletim que deixou a filha fazer uma viagem com a escola. "Agora, estou bem em tudo que é matéria", diz Helena, com orgulho.
Para quem está enforcado com as notas e pensando que tudo está perdido, o jeito é não desanimar. "Se você deixou as coisas chegarem a esse ponto, atenção: esse é um momento bom para repensar e colocar novas metas ", aconselha a psicopedagoga Maria Irene Maluf.

AULA DE REFORÇO
Calcular a área de figuras geométricas incomodava Maria Sollia D'Avila, 13, da sétima série. As notas estavam baixas e a mãe deu a sugestão para fugir da bomba: que tal ir à aula de reforço? "Se a gente não vai bem em um bimestre, tem que recuperar tudo no próximo", diz Maria. E assim ela fez. Passou menos tempo "de bobeira" conversando com as amigas e tratou de estudar. Em matemática, Maria sentiu a diferença e um nove já apareceu nos exames.

ESTUDO EM DOBRO
Cícero e Cícera Lira, 10, são gêmeos que sempre estudaram juntos. Mas, neste ano, foram parar em salas de aula diferentes. Foi um problema para Cícero, que se atrapalha às vezes para entender as aulas. Com a irmã do lado, ele até se saía bem, mas, sozinho, suas notas foram lá embaixo. Atualmente, Cícero precisa ir às aulas de reforço. E recebe uma mãozinha também fora da escola.

"Na minha casa, minha irmã me ajuda a estudar."
CÍCERO LIRA, 10, DE SÃO PAULO

"Perdi muita aula por preguiça de ir para a escola."
MIKE SOARES, 10, DE SÃO PAULO

PREGUIÇA
O Sol sempre acordava antes de Mike Sampario Soares, 10, da quinta série. Ele não queria levantar da cama por nada. O motivo? "Preguiça de ir para a escola", conta. Sempre inventava que tinha uma dor aqui, outra ali. A professora até desconfiava. Mike faltou, faltou, faltou até não poder mais. Por ser um turista na escola, não conseguiu acompanhar as matérias. Agora, está fazendo "trabalhinhos a mais" para poder passar de ano.

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