São Paulo, sábado, 15 de janeiro de 2011

férias

Guia de primeira viagem

Sem os pais do lado, crianças contam os desafios que enfrentam durante o percurso

PAULA THOMAZ
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Do Rio de Janeiro para São Paulo, foram pouco mais de 45 minutos. Mas a viagem marcou a vida da menina Julia Issa Hettenhausen, 12, que se lembra de todos os detalhes.
"Usei um crachá que guardava meus documentos. Estava escrito 'menor desacompanhado'", diz a menina, que na época tinha dez anos. "As pessoas ficavam me olhando de um jeito estranho. Talvez achassem que eu fosse muito pequena para viajar sozinha", lembra.
Julia passeou tanto pela capital paulista, na companhia dos tios, que fez uma coleção de lembrancinhas da viagem, como fotos, postais e ingressos de museus. "Também comecei a escrever um livro chamado 'Menor Desacompanhado'."
De Porto Alegre para São Paulo, veio sozinho João Vitor Felden, 8. O viajante gostou tanto da ideia que fez as malas dois dias antes do passeio.
No aeroporto, viu um anúncio de "embarque imediato" e começou a se preocupar. "Não tinha como me atrasar, porque a moça do aeroporto ia me levar para o avião. Mas eu estava muito ansioso. Não tinha me tocado de que iria sozinho", conta.
De São José do Rio Preto para São Paulo, Lidia Snege, 13, na época com 12 anos, ficou com medo de encarar o voo de 45 minutos. Mas isso durou pouco.
Sentada no primeiro banco do avião, era sempre a primeira a receber o lanchinho. "Parecia tratamento VIP. É uma sensação de liberdade, parecia que eu era mais velha", conta a viajante, que só não gostou do crachá escrito "menor desacompanhado".
(COLABOROU BRUNO MOLINERO)


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