São Paulo, sábado, 15 de setembro de 2012

CAFUNÉ

Meleca salgadinha

CLARICE REICHSTUL
COLUNISTA DA FOLHA

- Come meleca?
- Eu? Como assim? Meleca? Qual? De nariz?
- É. Aquela salgadinha, meio verde-amarelada ou amarelo-esverdeada.
- Não, não como. Acho meio nojento.
- É mesmo, mas é gostoso. Quando a gente tira uma daquelas grandonas, meio duras, meio moles.
- Eeeeeeeca! Para de falar disso! Que nojo!
- Ah... vá... Ahahahaha, vai dizer que você nunca experimentou?
- Não, nunca, nunquinha!
- Sério? Não acredito!
- É. A minha avó dizia que quem enfia o dedo no nariz fica com ele aberto para sempre. Aí eu fiquei com medo de ficar com nariz de porco e nunca enfiei o dedo lá.
- Duvido, duvideodó.
- Juro, é verdade!
- Du-du-du-duviiiiiiiiiiiiiiido!
- Mesmo, nem sabia que era salgadinha.
- E quando o catarro escorre para a boca? Nem isso você experimentou?
- Ah, bom, não sei.
- Rá! Tá com vergonha, diz, não tá? Aposto que você sabe do que eu estou falando! É ranho!
- Ai, como você é nojento! Não vou falar nada, ninguém me obriga!
- Tá fugindo! Come-meleca! Come-meleca!
- Para! Para! Tá, eu sei que meleca é salgadinha, eu COMO MELECA de vez em quando, agora para de me encher?

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