São Paulo, sábado, 18 de dezembro de 2010

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O que tem para o jantar?

Enquanto Papai Noel não vem, conheça a história de alguns pratos da ceia natalina

LUIZA FECAROTTA
MARÍLIA MIRAGAIA
DE SÃO PAULO

Vejam só: o dia 25 de dezembro é tão importante para os cristãos (aqueles que seguem Jesus Cristo) que eles esperam a sua chegada acordados -e já com uma mesa extensa, cheia de pratos e guloseimas para comemorar os primeiros segundos do Natal.
É nessa data que se festeja o nascimento de Jesus, que, acredita-se, é o filho de Deus que veio ao mundo para salvar a humanidade. Por isso sua chegada é tão celebrada.
Foi no ano 336 que a festa se tornou oficial e, a partir daí, começou a incorporar costumes, como o de reunir pessoas da família para o banquete natalino.
Conheça abaixo a história de dez comidinhas que, no Brasil, geralmente fazem parte da cerimônia que celebra a chegada do Natal.

Fontes: Patrícia Fontana, chef do Grande Hotel São Pedro (hotel-escola Senac), Paulo Köig, chef-pâtissier do Le Vin, Ricardo Maranhão, doutor em história e especialista em gastronomia brasileira; livros: "Larousse Gastronomique", "400 g - Técnicas de Cozinha", "Pequeno Dicionário da Gula", "Culinária da Itália", "História da Alimentação", "Pequeno Dicionário de Gastronomia".

TORRONE
Doce firme quando se morde. O torrone é feito de açúcar, mel, baunilha e amêndoas. Uma história conta que surgiu em 1441, quando confeiteiros fizeram uma sobremesa para o casamento de uma personalidade em Cremona, na Itália. O formato lembrava o "torazzo", ou seja, a grande torre da praça principal da cidade.

SAGU
São bolinhas rígidas e miúdas, feitas com polvilho ou goma de mandioca. Eram servidas apenas como sobremesa, cozidas com água, açúcar e vinho tinto. Hoje fazem também sucesso em pratos salgados. Gostosas de mastigar, vez ou outra escorregam na boca, quando tentamos mordê-las. Compõem a ceia de algumas regiões do país.

FRUTAS CRISTALIZADAS
Hoje é fácil guardar um alimento sem que ele estrague, mas não foi sempre assim. Antigamente existiam algumas maneiras de conservar a comida e uma delas era cobri-la com açúcar -caso das frutas cristalizadas. Nas festividades natalinas, essas frutinhas aparecem principalmente no panetone.

RABANADA
Esse adorável doce natalino chegou ao Brasil pelas mãos dos portugueses. É feito com fatias de pão amanhecido embebido em leite e ovo, frito e polvilhado com açúcar e canela. Foi naquele país da Europa que a sobremesa se espalhou pelos conventos para aproveitar os pães velhos e evitar o desperdício.

PERU
É uma das maiores aves comestíveis. Consumido no mundo todo, o peru surgiu no continente americano. Considerado um dos principais itens da ceia, foi levado para a Europa com o nome de "galinha-das-índias" e começou a ser mais usado na cozinha a partir do século 17. Dizem que a carne das fêmeas é mais saborosa.

FAROFA
É uma mistura de farinha (que pode ser de mandioca, uma raiz brasileira), servida com carnes e aves. Pode ter se originado com a chegada dos escravos africanos no nosso continente, quando trouxeram o dendê e passaram a misturá-lo com a farinha. Aparece em infinitas variações, mas deve ser seca, torradinha e crocante.

UVA
De uma árvore chamada videira, é a fruta mais cultivada no mundo depois da laranja. Sabe-se que, desde a Pré-História, o homem planta essa árvore. Pela tradição da sorte, as uvas são principalmente consumidas no Ano Novo. Dizem para guardar sete sementes da frutinha para alcançar prosperidade no ano que está por vir.

CEREJA
Pequenos e arredondados, esses frutinhos vermelhos crescem em regiões frias, como em países da Europa, da Ásia e da América -aqui no Brasil, é pouco cultivada. Além da estética natalina (bolinhas vermelhas), seu consumo cresce neste período, pois é sua melhor época no Chile, de onde boa parte delas é importada para cá.

PANETONE
Um pão doce especial, de massa leve, alta e redonda, que leva frutas cristalizadas e passas. Nasceu na Itália e é conhecido do jeito que comemos hoje desde os tempos do duque Ludovido il Moro, que viveu de 1452 a 1508. Naquela época, já era o doce mais tradicional usado para comemorar o Natal em Milão (Itália).

BÛCHE DE NÖEL
Criado pelos franceses no século 19, esse doce lembra um tronco de árvore. Contam que a ideia era homenagear o símbolo dos gélidos Natais europeus: as lenhas que queimavam na lareira. É que esse costume foi proibido por um rei, para que a cidade não ficasse sob uma névoa de fumaça. A receita clássica é uma espécie de rocambole de pão de ló recheado com purê de castanhas portuguesas, coberto com creme de manteiga.

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