São Paulo, sábado, 23 de fevereiro de 2013

CAFUNÉ

Desde sempre

CLARICE REICHSTUL
COLUNISTA DA FOLHA

Toda volta no quarteirão, seja para ir à padaria ou à quitanda, invariavelmente resultava numa paradinha na banca de jornal.
Mesmo antes de aprender a ler, revistinhas eram obrigatórias nessas viagens cotidianas, talvez como o meu pagamento para ir com meus pais realizar uma tarefa do dia a dia, talvez como um incentivo a aprender a ler (que não deve ter funcionado direito, porque só fui aprender bem tarde, com quase sete anos).
Não me lembro quando e como começou, mas a Mônica, o Cebolinha e o Cascão fazem parte da minha vida desde sempre.
Gostava mais do Cebolinha, talvez por me identificar com os planos terríveis para roubar o Sansão, talvez porque o meu irmão era o estourado de casa e eu vivia (assim como o Cebolinha) a provocá-lo com planos e ideias mirabolantes. E ele é (ou era) o único que via o Louco, outro dos meus favoritos.
Fui crescendo e gostando de outras histórias da turma, principalmente as do Bidu.
Como é possível uma história em que o personagem principal conversa com uma pedra tranquilamente (e pasmem, ela responde!), tem um cachorro maluco amarelo que fica tentando roubar a cena a qualquer instante e vive gritando "Alô Mamãe"?
Aliás, se alguém dissesse que iria fazer uma história para crianças dessa maneira, duvido que seria publicada, iam tirar o cara de maluco.

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