|
capa
Diversão garantida
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Há no Brasil 6,6 milhões de pessoas com deficiência visual. E elas têm dificuldade com a programação cultural. "Poucos filmes têm audiodescrição e quase nenhum museu tem texto em braille", diz Ian, 11.
A audiodescrição é uma voz que explica o que se passa na tela. Por lei, as TVs devem ter, até 2020, pelo menos 20 horas semanais com o recurso. Cinemas e DVDs também podem se adaptar. "Se Liga na Turma da Mônica", recém-lançado, é o primeiro longa-metragem infantil em DVD com audiodescrição feita pela fundação Dorina Nowill. "Ela transforma imagens em palavras. Pode ser usada em teatro, circo, casamentos...", diz a gerente Susi Maluf.
Já o braille a que Ian se refere é um alfabeto com pontos em relevo, no qual o cego passa os dedos para ler. A Bienal do Livro trouxe obras assim, dentre as quais a coleção "Diferenças", da Dorina Nowill.
"As famílias se preocupam em saber como a criança pode ter mais autonomia [capacidade de fazer as coisas sozinha]", conta Maria da Graça Corsi, pedagoga do instituto Laramara, para cegos.
A deputada Mara Gabrilli, cadeirante, lançou o Guia de Acessibilidade Cultural (acessibilidadecul
tural.com.br). Para cegos, diz se o estabelecimento tem sinalização em braille, audiodescrição e guias.
(GM)
RÉDEA CURTA
É em cima de um cavalo que João Eduardo Jansen, 11, deficiente visual desde o nascimento, treina seu equilíbrio. Ele faz sessões de equoterapia (terapia com cavalo) uma vez por semana.
O menino adora as aulas e conta que já quis até levar o bicho para casa.
Logo ele, que nem encostava em animais. "Agora toca em gato, cachorro e outros bichos de estimação, graças ao contato com o cavalo", fala a
sua mãe, Ana Karina.
Nas aulas, os alunos, montados, jogam bambolê em um cone, controlam as rédeas, chamam o cavalo com um comando que imita um beijo e alimentam o animal.
CAMPEÃO COM MEDALHA
Quando nasceu, Pedro Bola, 7, ficou internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e perdeu a visão. Há dois anos, começou a natação e já participou de campeonatos da escola. "Ganhei duas medalhas de prata!", orgulha-se. E ganhou também noção de espaço, o que o ajuda a andar com mais segurança. Pedro também fez equoterapia durante dois anos, o que melhorou a sua coordenação motora.
LIÇÃO DE CASA
Eles se tornaram amigos há cinco anos, quando Ian Izidoro, 11, que é cego, escolheu Rafael Souza, 11, para ditar a lição de casa para ele -os alunos que enxergam sempre ajudam Ian. E a amizade vai para além da escola. "Depois da lição, brincamos de adivinhar o que o outro está pensando. Um vai dando dica até o outro acertar", conta Rafael. Eles adoram videogame. Ian escolhe jogos em que consegue se guiar através dos sons, como "Super Street Fighter" e "Marvel Versus Capcom".
CLIQUE AQUI!
Em folha.com/folhinha leia sobre xadrez para cegos e novos livros em braille
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|