São Paulo, sábado, 30 de outubro de 2010

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Espetáculo do além

Escuros e silenciosos, teatros brasileiros escondem curiosas histórias de fantasmas

BRUNO MOLINERO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Teatro parece um lugar só de artista. Mas alguns garantem que é também a casa de muitos fantasmas! Deve ser porque as mansões abandonadas entraram em extinção, e os teatros -escurinhos e silenciosos- são um ótimo lugar para dar sustos.
Mas nem toda alma penada gosta de assustar. A lenda diz que algumas preferem cantar ópera. E que outras, como as bailarinas fantasmas, só querem rodopiar feito piões pelos palcos.
O velho fantasma, porém, não desapareceu! Há quem acredite que esse especialista em sustos ainda pregue suas peças. E que ele fica esperando o melhor momento para arrastar as correntes ou fazer o piano tocar sozinho.



NÃO DANCE COM ELAS
As bailarinas fantasmas existem há muito tempo. Mas elas nunca foram tão perigosas quanto na peça de balé "Giselle", de 1841. Vestidas de noivas, as bailarinas enfeitiçavam os homens que apareciam no cemitério. Eles eram obrigados a dançar sem parar, até morrer de cansaço!

DESCULPE, PERDI A CABEÇA...
Falam que o fantasma do Teatro Castro Alves (BA) tem a cara da Bahia: adora brincar e pregar peças. Segundo a história, ele procura uma vítima e, na frente dela, perde literalmente a cabeça. Esse é o truque de que mais gosta. Quando tentam pegá-lo, a assombração desaparece com uma risada.

CUIDADO AO FAZER XIXI
Quando as apresentações terminam e Seu Oscar vai fechar o banheiro do Theatro São Pedro (RS), ele diz que uma mulher alta e de vestido preto sai do vaso sanitário. Caminha até a pia e desaparece logo em seguida. Ele é a única pessoa que já viu o fantasma. Um dia, até tentou conversar, mas parece que a moça não quer papo.

ÓPERA DE OUTRO MUNDO
Dizem que o Teatro Amazonas (AM) tem um batalhão de fantasmas. Ou melhor, um elenco. No dia do aniversário da casa, todos se encontram para uma apresentação especial da ópera "La Gioconda". E deve ser bem bonito. Afinal, a maior parte das assombrações é composta por artistas que morreram de febre amarela e outras doenças da floresta.

A BAILARINA SEM CABEÇA
Certa vez, uma bailarina subiu no palco do Theatro da Paz (PA) e começou a se alongar. Vestia sapatilhas e tudo a que uma dançarina tem direito. Só faltava uma coisinha: a cabeça! Diz a lenda que essa bailarina já foi vista por um monte de gente. Até mesmo durante alguns espetáculos, quando ela aparece rodopiando calmamente pelo palco.

O FANTASMA DO MAESTRO
O maestro Cláudio Santoro morreu dentro do ?Teatro Nacional (DF) em 1989, enquanto ensaiava a orquestra. Os funcionários contam que, até hoje, um homem de chapéu e bengala anda pelo teatro e logo desaparece. Exatamente com as mesmas roupas com que o maestro costumava se vestir.

ASSOMBRAÇÕES TÍMIDAS
Quando apagam-se as luzes e fecham-se as cortinas, há quem diga que os instrumentos do Teatro Deodoro (AL) começam a tocar. Os serrotes e os martelos da manutenção ganham vida. As cortinas abrem e fecham sem parar. Mas ninguém nunca viu fantasma ali, não. Eles são bem discretos e cuidadosos.

BAILARINA FANTASMA
Com um vestido todo azul, a bailarina fantasma já foi vista várias vezes dançando no palco e passando pela plateia do Theatro José de Alencar (CE). Foram tantos os relatos que ela até virou livro. "A Bailarina Fantasma", de Socorro Acioli, conta a história da menina Anabela, que precisa solucionar o mistério da dançarina.

FOLHA.com
Confira em http://www.folha.com.br/fl818375 a história do livro "A Bailarina Fantasma", que vai virar filme.

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